O teor do vídeo em que o vereador João Emanuel (PSD) foi flagrado admitindo prática de propina na Câmara Municipal de Cuiabá “chega a causar náuseas pela forma tranquila com que o requerido (então presidente da Câmara) propõe à senhora Ruth Hércia os mais sórdidos esquemas para se fraudar o processo licitatório de aquisições de produtos gráficos pela Câmara Municipal que presidia".
A avaliação consta da Ação Civil Pública interposta pelo Ministério Público junto à Justiça, contra o parlamentar do PSD.
No conteúdo da ação, promotores do Ministério Público (MP) ainda admite pela primeira vez que o nome da operação (Aprendiz) se deveu ao fato de João Emanuel ser iniciante na carreira política.
“Aonde será que João Emanuel aprendeu essa prática? De onde tirou esse exemplo? Isto porque jovem, ainda em seu primeiro mandato; um aprendiz na arte da política“, indagam os promotores, na ação.
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Embora “aprendiz” no vídeo, cujas principais partes foram publicadas com exclusividade pelo HiperNotícias, o vereador João Emanuel, “ministra verdadeira aula de como fraudar processos licitatórios, apontado diversas maneiras com as quais poderia beneficiar a empresa de Pablo, filho de Ruth. A desfaçatez com que indica meios eficazes de se burlar a licitação demonstra que o requerido está familiarizado com tal conduta e, pior, que lança mão de tais estratagemas como forma de desviar recursos públicos para si”.
CRÍTICAS A VEREADOR
O episódio flagrante do vídeo, gravado pela empresária Ruth Hércia Dutra, vítima de uma golpe de grilagem que, segundo o MP foi engendrado por João Emanuel, “mostra-se hediondo, um 'agente público', eleito pelo povo, desmascarado, demonstrando uma grande afinidade com o ilícito, tranquilidade e serenidade ao discorrer sobre as diversas formas de se desviar o dinheiro da população que o elegeu. Sem o menor constrangimento, até mesmo muito à vontade, o que evidencia o seu caráter despido de qualquer interesse público”.
Mesmo considerando as legislaturas passadas, onde o legislativo cuiabano chegou a ser denominado de "Casa dos Horrores", o Ministério Público, ainda assim, não hesita em afirmar em seu pedido de responsabilização a João Emanuel, que esse foi "um dos momentos mais tristes e repulsivos da história da Câmara Municipal de Cuiabá (...)" e que o vereador do PSD, "com sua conduta sofrível, deixa evidente que não pode se revestir de agente público, muito menos exercer a tão nobre posição de vereador, de representante popular”.
JOÃO EMANUEL
Por três tentativas, a reportagem procurou ouvir, por telefone, o vereador João Emanuel, mas as chamadas caíram na caixa postal.
Na terça-feira (17), o vereador disse ao HiperNotícias que soube da ação por meio da Imprensa. E que ainda iria se inteirar do assunto para poder responder às dúvidas e questionamentos.
"Não tomei conhecimento ainda dessa decisão, que é mais uma ação judicial contra minha pessoa. Assim que tiver conhecimento, vou tomar as providências cabíveis e vou pronunciar melhor" ,argumentou.
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