O procurador de Justiça Luiz Alberto Esteves Scaloppe, classificou o atual ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), que tem fazenda irregular dentro do Parque Ricardo Franco, como grileiro.
"O ministro Eliseu Padilha tinha que reconhecer que entrou depois que o parque foi criado. Ele entrou, desmatou mais do que o permitido. Ele como homem público deveria reconhecer isso. Mas essas pessoas que entraram lá, são grileiros. Desculpem-me, mas são grileiros”, afirmou Scaloppe dizendo que o ministro vem fazendo pressão para que não seja punido pelos crimes ambientais.
"Ele [Eliseu Padilha] é o mais interessado para por fim ao parque. Existe um lobby diretamente dele. Ele telefona para pessoas. tenho certeza que ele está pressionando. E os movimentos todos sabem que existe uma pessoa poderosa por trás. Desde o começo sabemos disso", disse o procurador na noite desta terça-feira (25).
Em dezembro do ano passado, o Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (TJMT) bloqueou os bens do ministro Eliseu Padilha (PMDB), e da sua esposa Maria Eliane Padilha no valor de R$ 38,2 milhões para o crime de danos ambientais no Parque Ricardo Franco em Vila Bela da Santissíma Trindade, distante 533 quilômetros de Cuiabá.
O ministro já recorreu duas vezes da decisão, mas não obteve êxito.
Com a polêmica negativa da suspensão do decreto que criou o parque, o presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), deputado Eduardo Botelho (PSB) decidiu "segurar” o projeto que pretende extinguir a unidade de conservação.
O parque tem 158,6 mil hectares de extensão e abriga em seu interior centenas de cachoeiras, piscinas cristalinas, vales e uma vegetação que reúne floresta Amazônica, o Cerrado e Pantanal, com espécies únicas de fauna e flora, algumas ainda desconhecidas da ciência. Também fica lá a cachoeira do Jatobá, a maior do estado, com 248 metros de queda.
A Assembleia Legislativa pretende criar uma comissão de deputados para discutir uma reformulação do parque, a partir de um projeto de lei. Já está agendada uma audiência pública sobre o tema para o próximo dia 8 de maio. E a previsão é que o processo de discussão e a elaboração de uma nova lei tenha duração de até 90 dias.
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