O governador Mauro Mendes (DEM) e o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles sobrevoaram nesta terça-feira (18) áreas atingidas pelo incêndio na região do Pantanal mato-grossense. Os gestores apontaram que a situação é crítica levando em consideração que já foram consumidos 320 mil hectares de vegetação desde julho deste ano. Com a queda da temperatura e o tempo predominamente seco aumentam ainda mais as dificuldades de conter o avanço das chamas no cerrado.
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Entre umas das alternativas apontadas por Salles para conter as queimadas seria a utilização de retardantes (fertilizante) de chamas, um material que traz maior eficácia, do que a própria água. No entanto, ele apontou que ainda é uma discussão entre gestores sobre a utilização do material.
"Ficou claro para nós o desafio que está o combate às queimadas no Pantanal. Ambiente muito quente, seco, temperatura alta e ventos fortes são alguns dos problemas para conter as chamas. Encontramos vários pontos, centenas de queimadas durante o voo", disse Salles à imprensa.
"Essa discussão (uso de fertilizantes) tem opiniões variadas, mas ficou claro hoje, conversando com os pilotos, com os profissionais que estão na linha de frente, que quando há emprego deste produto, dos retardantes, dos bloqueadores de fogo, a eficácia das aeronaves no combate às queimadas é muito superior do que apenas o uso da água", apontou.
O ministro ainda declarou a necessidade de aviões agrícolas, por parte de agricultores, somada às aeronaves oficiais. "É muito bem-vindo o apoio da aviação agrícola do Estado de Mato Grosso. Proprietários de aeronaves podem e devem colaborar nesta tarefa de combate às queimadas. Temos a concordância de que podem colaborar", ressalta.
Já outra técnica defendida pelo ministro é de manejo de fogo. "Se adiantando a esse controle do uso do fogo para diminuir material orgânico do local, se não for remanejado de maneira adequada, o acúmulo desse material em solo aumenta ainda mais propagação do fogo em toda região. Então é importante essas duas questões, o uso de retardantes nas aeronaves agrícolas e oficiais e também o manejo do fogo de maneira adequada. Um desafio muito grande que precisam estar alinhados", ressalta.
Aporte financeiro
Salles garantiu um aporte financeiro de mais R$ 10 milhões de recursos do governo federal para o controle do incêndio na região do Pantanal. O recurso foi empregado para Operação Pantanal 2, uma força-tarefa entre os Governos Federal, de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, além da iniciativa privada e produtores para o combate dos incêndios na região.
"Nós colocamos, agora, R$ 10 milhões a mais só para essa operação. Realocamos recursos que estavam já designados no volume de recursos do Ibama e do ICMBio. Esse volume de R$ 10 milhões a mais é justamente para que as aeronaves possam estar em emprego absoluto. O Governo Federal também realizou a maior contratação de brigadistas, sendo três mil pessoas contratadas pela União", reforça.
O governador Mauro Mendes também destacou o clima seco como um dos maiores desafios. "É impossível conseguir em clima tão vasto, em clima tão seco, de estiagem tão longa, não ter essas coisas acontecendo. Hoje a Sema tem tecnologia suficiente para identificar minuto a minuto no que acontece em Mato Grosso", comentou.
Por outro lado, apontou que há como identificar se o incêndio é criminoso ou acidental por meio de uma tecnologia do Sistema Planet, que permite acompanhar em tempo real incêndios ocorridos dentro do território estadual. "Dessa forma, conseguimos verificar quando o incêndio começou e em que ponto começou. Com essa tecnologia, conseguimos saber se é um incêndio criminoso ou acidental. Não responsabilizaremos ninguém indevidamente, mas vamos responsabilizar duramente quem por má-fe ou conscientemente causou esses incêndios".
De acordo com o governador, o esforço conjunto entre as equipes dos estados e do Governo Federal já deu resultados consideráveis, após a operação ser deflagrada. "Depois que entramos aqui, reduzimos em 73% as queimadas. Quero parabenizar os nossos bombeiros, Polícia Militar e todos os órgãos e equipes envolvidas, assim como o Governo Federal, ao ministro Ricardo e ao presidente Jair Bolsonaro", relatou.
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