A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga a morte da empresária Shimene Aparecida Oliveira Souza, 36 anos, ocorrida no último sábado (27), após ser submetida a duas cirurgias plásticas no Hospital Sotrauma, localizado no bairro Dom Aquino, em Cuiabá.
Shimene realizou no dia 28 de junho o procedimento de abdominoplastia (cirurgia plástica realizada para retirar o excesso de pele, gordura localizada e recuperar a firmeza dos músculos da região abdominal) e mamoplastia (procedimento para transformar ou modificar o formato das mamas), na unidade de saúde com o cirurgião plástico, identificado como E.S.
No dia seguinte (29) a empresária foi liberada pelo hospital e retornou à sua residência ainda sentindo dores. Os familiares informaram que passados aproximadamente 15 dias, Shimene continuou reclamando de dores nas costas e nas mamas. Além disso, as testemunhas relataram que a mulher tinha até problemas na fala.
Diante disso, Shimene procurou a clínica de E. S. e relatou as dores que estava sentindo. No entanto, o profissional de saúde teria dito que esses “incômodos” seriam normais, decorrentes do procedimento cirúrgico.
Após a consulta com o cirurgião, a empresária voltou para casa, mas continuou sentindo dores. A família, então, decidiu procurar um outro hospital que descobriu que Shimene havia contraído pneumonia. A mulher foi medicada com antibiótico, mas as dores e a febre não cessaram.
No dia 20 de julho, Shimene relatou que estava com muitas dores e foi levada a um hospital público de Cuiabá. Na unidade médica, a empresária passou por exames e, devido a gravidade constatada, foi transferida para o Hospital Sotrauma ainda no mesmo dia.
No dia seguinte (21), a mulher foi submetida a um procedimento médico, pois foi constatado derrame pleural (água no pulmão). Diante da gravidade, Shimene passou por uma drenagem na tarde de 25 de julho e depois do procedimento, a empresária voltou para enfermaria ainda reclamando de dores.
Alan Cosme/HiperNoticias

O caso será investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)
No dia 26, devido as dores, a empresária teria desmaiado e imediatamente foi levada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sotrauma. Na data seguinte, Shimene não reagiu aos medicamentos e morreu na unidade de saúde. De acordo com os familiares da empresária, no atestado de óbito da mulher consta "morte a esclarecer".
Depois da constatação da morte, o corpo da empresária foi liberado por policiais da DHPP e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para ser realizado exame de necropsia e apontar a causa da morte de Shimene.
Todas estas informações foram repassadas ao HNT / HiperNotícias pela Polícia Civil e familiares de Shimene.
Os trabalhos serão comandados pela delegada Jannira Laranjeira.
O que dizem os citados
A reportagem entrou em contato com o médico responsável pela cirurgia, que afirmou que a morte de Shimene não tem qualquer ligação com a cirurgia realizada.
“Mas como no Brasil, quando alguém adoece e não se cura, parece que tem que procurar alguém que tenha alguma culpa em alguma coisa, seja de mais ou de menos. Os familiares acabam dizendo ou acham alguma coisa que justifique o problema. É leviano, é uma inverdade você associar a cirurgia ao óbito do paciente. Dizer que ela morreu depois da cirurgia, não faz sentido. Não tem nada a ver”, disse o cirurgião.
O profissional de saúde explicou também que, nessa época do ano, é normal que pessoas sejam contaminadas com doenças respiratórias.
“A paciente operou normalmente, mais ou menos três semanas depois ele teve diagnóstico de pneumonia. Cirurgia plástica ou qualquer outro tipo de cirurgia não faz alguém contrair pneumonia. Pneumonia se pega, qualquer um pode pegar. A única diferença é que em qualquer cirurgia, a sua imunidade baixa um pouquinho e você fica mais favorável a pegar pneumonia. Nós estamos em uma época de doença respiratória, está todo mundo gripado, doente”, contou.
Por fim, E.S., disse que Shimene passou por tratamento, mas que não reagiu aos medicamentos.
"Então, ela pegou uma pneumonia, internou para tratar, demorou para responder a esse tratamento, foi fazer uma drenagem de tórax lá na frente e depois ela teve complicações, muito provavelmente, segundo o pessoal da CTI, uma embolia, por causa do tratamento. Mas, ela veio a falecer depois de mais de 34 dias operada. Volto a dizer, a morte dela não tem relação com a cirurgia”, finalizou.
Por meio de nota, a assessoria do Hospital Sotrauma informou que o corpo da empresária foi encaminhado ao IML para ser constatada a causa da morte.
Veja a nota na íntegra
Paciente internada neste hospital em PO tardio de cirurgia plástica, para tratamento de pneumonia complicada com derrame pleural, evoluindo com piora súbita, deu entrada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no dia 26/07/2019 ás 09:00h em insuficiência respiratória e choque hemodinâmico.
Iniciado na unidade terapias seguindo guidelines atuais para sepse e choque. Paciente manteve-se refratária ao tratamento instituído, evoluindo com piora clínica e óbito no dia 27/07/2019 ás 21:03h.
Optou-se junto a família, o encaminhamento ao Instituto de Medicina Legal (IML) para elucidar a causa mortis.
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