"Os que trabalham pela paz são os que amam, defendem e promovem a vida em sua integridade", escreveu o papa na mensagem que será lida em todas as paróquias no dia 1º de janeiro de 2013.
"Aqueles que não apreciam suficientemente o valor da vida humana e, em consequência, defendem por exemplo a liberação do aborto, talvez não percebam que, deste modo, propõem a busca de uma paz ilusória. (...) A morte de um ser inerme e inocente nunca poderá trazer felicidade ou paz", afirma o Papa.
"Quem quer a paz não pode tolerar atentados e delitos contra a vida", completou.
"Qualquer agressão à vida, em especial em sua origem, provoca inevitavelmente danos irreparáveis ao desenvolvimento, à paz e ao meio ambiente", diz o pontífice.
"Como é possível pretender conseguir a paz, o desenvolvimento integral dos povos ou a própria salvaguarda do ambiente, sem que seja tutelado o direito à vida dos mais frágeis, começando pelos que ainda não nasceram?", questiona o chefe da Igreja Católica.
"Tampouco é justo codificar de maneira sub-reptícia falsos direitos ou liberdades, que, baseados em uma visão reducionista e relativista do ser humano, e por meio do uso hábil de expressões ambíguas encaminhadas a favorecer um suposto direito ao aborto e à eutanásia, ameaçam o direito fundamental à vida", adverte.
Na mensagem, o Papa elogia os "artesãos da paz" e pede a construção da paz "por meio de um novo modelo de desenvolvimento e de economia".
Bento XVI afirma que "para sair da atual crise financeira e econômica, que tem como efeito um aumento das desigualdades, são necessárias pessoas, grupos e instituições que promovam a vida, favorecendo a criatividade humana para aproveitar inclusive a crise como uma oportunidade de discernimento e um novo modelo econômico".
Ele convida os católicos a "atender à crise alimentar, muito mais grave que a financeira" e a apoiar os agricultores para que desenvolvam sua atividade "de modo digno e sustentável".
O Papa reitera na mensagem que "a paz não é um sonho, não é uma utopia: é possível".
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