A polícia do Afeganistão afirmou nesta sexta-feira que ao menos oito funcionários estrangeiros da ONU (Organização das Nações Unidas) foram mortos em um violento ataque de manifestantes contra a sede da missão, em Mazar-i-Sharif, no norte do país.
Após a oração da sexta-feira, milhares de pessoas foram às ruas da cidade, a mais importante do norte afegão, em protesto contra a queima de um Corão em uma igreja da Flórida (EUA) em 20 de março.
Segundo disse à Efe um porta-voz regional na cidade, Lal Mohamad Ahmadzai, o protesto começou pacífico, mas em seguida vários manifestantes armados conseguiram render os guardas do edifício, invadiram o local e depois atearam fogo.
Segundo o jornal americano "The New York Times", duas das vítimas foram decapitadas.
Mirwais Zabi, diretor do hospital em Mazar-i-Sharif, disse que 24 afegãos ficaram feridos e cinco morreram. Outros relatos indicam que os guardas da ONU seriam afegãos.
O porta-voz da ONU Kieran Dwyer confirmou o ataque e que há funcionários da missão da organização entre as vítimas, mas não quis dar mais detalhes. Ele disse ainda que o chefe da missão da ONU no país, Staffan de Mistura, está indo para o local.
De acordo com Ahmadzai, as forças de segurança afegãs retomaram o controle da área e abriram uma investigação sobre os fatos, após deterem ao menos 15 dos manifestantes.
O Ministério de Relações Exteriores da Rússia pediu ao governo afegão e às forças da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no país que protejam as equipes da ONU.
Mustafa Najafizada/AP Afegãos carregam homem ferido após ataque contra prédio da ONU
CORÃO
Em 20 de março, o pastor protestante Wayne Sapp queimou um exemplar do Corão em uma igreja da Flórida (EUA) na presença do pastor Terry Jones, que anunciou no ano passado que faria o mesmo por ocasião do aniversário dos atentados de 11 de setembro, embora tenha voltado atrás.
Os pastores realizaram um "julgamento" dentro da igreja, no qual o livro sagrado muçulmano foi declarado "culpado" de várias acusações, entre elas assassinato. Em seguida a pena foi executada: o exemplar foi queimado.
O livro foi molhado com querosene e colocado em um recipiente de metal no centro do templo da igreja Dove World Outreach Center. O exemplar queimou por dez minutos.
Em setembro de 2010, Jones despertou a atenção mundial por seu plano de queimar exemplares do Corão em sua igreja no aniversário dos atentados terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos.
Após as fortes reações no mundo muçulmano e das críticas de líderes internacionais, incluindo o presidente americano Barack Obama, Jones desistiu da ideia e afirmou que nunca mais voltaria a tentar queimar um Corão.
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