As autoridades iranianas vão responder ao recente relatório da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) no qual foi apontado que o Irã trabalhou para desenvolver armas nucleares sem que fossem apresentadas provas de que decidiu fabricá-las, informou nesta quarta-feira a emissora de televisão pública IRIB.
"Vamos escrever uma carta de análise com respostas argumentadas ao último relatório do secretário-geral da AIEA", disse o ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, que não detalhou quando será enviado o documento.
A carta será dirigida aos representantes dos países-membros na AIEA e às instituições internacionais envolvidas no caso.
"[O secretário-geral da AIEA] Yukiya Amano atuou de forma injusta e sem medir o que dizia", afirmou Salehi, que reiterou que o relatório foi feito sob "pressões de países ocidentais" e "solapou a credibilidade do organismo". Por essa razão, segundo o ministro iraniano, "ninguém acreditou nele".
De acordo com o ministro, o Irã está em contato com a AIEA "para que a situação não piore, já que trata-se de uma instituição internacional importante, que deve seguir cumprindo suas responsabilidades".
Efe |
![]() |
Em imagem de arquivo de 2008, Mahmoud Ahmadinejad passa em vistoria na usina nuclear de Natanz, no Irã |
As atividades nucleares do Irã prosseguem, segundo Salehi, que repetiu que o "programa nuclear pacífico iraniano foi desenvolvido ao longo dos últimos dez anos sem parar".
Enquanto diversos países, com os Estados Unidos à frente, acreditam que o programa nuclear iraniano tem fins militares, as autoridades de Teerã reiteraram que seus objetivos são exclusivamente civis, essencial para geração de energia e usos médicos.
O Irã deixou claro que não pensa em abandonar seu programa nuclear e lembrou que o enriquecimento de urânio é autorizado pelo Tratado de Não-Proliferação Nuclear. "O Irã atuará com dignidade, sabedoria e de acordo com seus interesses", disse Salehi.
O relatório da AIEA sobre o Irã, publicado na terça-feira (8) da semana passada, criou mesmo antes de sua divulgação uma tempestade internacional na qual personalidades dos EUA, Israel e Reino Unido apontaram para a possibilidade de um ataque a instalações militares iranianas.
Alguns países da União Europeia propuseram que sejam aplicadas mais sanções para frear o programa nuclear iraniano, enquanto a Rússia e a China se opuseram às medidas.
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.