Líderes do G20 (grupo que reúne as nações mais ricas e emergentes) fracassaram em chegar a um acordo sobre formas concretas de aumentar os recursos para o FMI (Fundo Monetário Internacional), apesar de terem reconhecido que o fundo precisa ser reforçado para que possa ajudar a resolver a crise da dívida na zona do euro.
O aumento dos recursos permitiria ao FMI dispor de meios para enfrentar crises como a atual.
Há pelo menos formas possíveis para a ampliação dos recursos do FMI, de acordo com o jornal "Guardian". A primeira seria a criação da moeda do FMI, o SDR (Direito Especial de Saque, na sigla em inglês), que seria distribuída entre os países da zona do euro. Os governos poderiam, então, trocá-la por euros nos bancos centrais de todo o mundo.
Como uma segunda opção, as nações colocariam recursos em um fundo novo, que passaria a ser administrado pelo FMI e utilizado para garantir a estabilidade financeira em todo o mundo.
Já a terceira possibilidade seria um pedido aos governos para economizar US$ 280 bilhões dos recursos do FMI, que seriam devolvidos aos acionistas no próximo ano. O dinheiro seria usado temporariamente para reforçar os recursos do fundo para lidar com a crise.
Kevin Lamarque/Reuters |
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Os chefes de Estado Silvio Berlusconi, Angela Merkel, Barack Obama e Nicolas Sarkozy durante cúpula do G20 |
Durante o último dia de cúpula, o presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy, havia afirmado que os países do G20 deveriam conceder recursos adicionais para o FMI e que essa decisão constaria na declaração final da cúpula de Cannes.
"Nós queríamos mais capacidade de financiamento, mais recursos, disponíveis para o Fundo Monetário Internacional", disse o presidente da UE.
"Temos opções diferentes e eu as mencionei em minha introdução. Nós pedimos no G20 que os ministros das Finanças do G20 trabalhem no estabelecimento daquelas três opções", acrescentou.
"Uma das opções é estabelecer o que podemos chamar de um tipo de fundo fiduciário, aprimorando os recursos do FMI. Portanto, isso não é destinado apenas para a zona do euro, é destinado para a comunidade global", disse Van Roumpuy.
CÚPULA
Foi retomada nesta sexta-feira o segundo e último dia da cúpula do G20 (grupo de economias ricas e emergentes) em Cannes, no sul da França. O encontro foi marcado pela crise da dívida na Europa, em particular na Grécia, e que ameaça se estender para outros pesos pesados da zona do euro, como a Itália.
Sob intensa pressão dos mercados financeiros e dos colegas europeus, a Itália concordou nesta sexta-feira que o FMI (Fundo Monetário Internacional) e a União Europeia monitorem suas reformas para evitar a contaminação da crise.
Ainda durante o encontro, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, apresentou um plano para a "direção econômica mundial", que potencialize o G20 e priorize o crescimento. Em seu relatório, Cameron propõe superar o "espírito de informalidade" que ainda existe no G20.
Outra proposta do britânico é formalizar um trio de direção do grupo integrado pelo país responsável pela Presidência atual do grupo, o anterior e o seguinte. Cameron propôs ainda a formação de um secretariado permanente, que ajude a Presidência rotativa a desenhar uma agenda caracterizada pela continuidade.
Cameron defendeu ainda o aumento de poderes de vigilância da OMC (Organização Mundial do Comércio). Para isso, sugeriu aumentar os poderes de vigilância da organização para lutar contra o protecionismo, solucionar os mecanismos de disputa comercial e atualizar suas normas para fomentar a liberalização.
O esboço da declaração conjunta que será divulgado ao final do encontro saudou a determinação da China para aumentar a flexibilidade de sua moeda em linha com os fundamentos do mercado. O país tem sido criticado pelos ocidentais de desvalorizar artificialmente sua moeda para favorecer as exportações.
Neste último dia da cúpula, a presidência do grupo, atualmente com a França, será transferida para o México.
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