Sarkozy foi absolvido das acusações de corrupção passiva, financiamento ilegal de campanha e ocultação de desvio de verbas públicas. Os juízes determinaram que Sarkozy será preso mesmo se recorrer da decisão, mas ainda não definiram a data de sua prisão.
Os ex-ministros Claude Guéant e Brice Hortefeux também foram condenados por associação criminosa. O tribunal de Paris responsável pelo caso considerou que eles conspiraram para buscar financiamento da Líbia para a campanha de Sarkozy em 2007, mas que não era possível provar que o ex-presidente estava diretamente envolvido nessas ações ou que qualquer dinheiro líbio chegou a ser usado na disputa eleitoral, que terminou com a vitória do político conservador.
O juiz principal disse que Sarkozy permitiu que pessoas próximas a ele entrassem em contato com as autoridades líbias "para obter ou tentar obter apoio financeiro na Líbia com o propósito de garantir financiamento de campanha".
Sarkozy nega acusações
Sarkozy negou qualquer irregularidade. Ele afirmou que as acusações são "politicamente motivadas e baseadas em provas forjadas". Durante o julgamento, Sarkozy denunciou uma "conspiração" que, segundo ele, foi orquestrada por "mentirosos e vigaristas", incluindo o "clã de Kadafi".
Ele compareceu ao tribunal de Paris acompanhado da esposa, Carla Bruni-Sarkozy, e de seus três filhos.
Em junho deste ano, o conservador perdeu sua medalha da Legião da Honra, a maior condecoração da França, após sua condenação por corrupção e tráfico de influência por tentar subornar um juiz, em 2014, em troca de informações sobre um caso no qual ele era citado.
Sarkozy também já foi condenado a um ano de prisão por financiamento ilegal de campanha em sua tentativa fracassada de reeleição em 2012, mas recorreu e aguarda o julgamento do recurso.
Como as investigações começaram?
Em 2011, uma agência de notícias da Líbia e o próprio Kadafi afirmaram que o país havia secretamente destinado milhões de euros para a campanha de Sarkozy em 2007. O líder líbio foi morto pouco tempo depois, ainda em 2011, durante a Primavera Árabe, após mais de quatro décadas no poder.
No ano seguinte, o jornal Mediapart publicou um documento que afirmava ser um memorando do governo da Líbia que tratava sobre um acordo de financiamento de 50 milhões de euros (cerca de R$ milhões na cotação atual). Na época, Sarkozy disse que o material era falso e processou o Mediapart por difamação. Já nesta quinta-feira, os juízes decidiram que é "mais provável que este documento seja uma falsificação".
O tribunal também analisou viagens que o ex-presidente fez à Líbia entre 2005 e 2007, quando ainda era ministro do Interior.
Em 2016, o empresário franco-libanês Ziad Takieddine disse ao Mediapart que havia entregue malas cheias de dinheiro líbio ao Ministério do Interior da França durante o governo de Sarkozy. No entanto, algum tempo depois, ele se retratou.
A mudança na afirmação de Takieddine é investigada separadamente, porque Sarkozy e sua esposa também são acusados de tentar manipular testemunhas, em um caso que ainda não foi a julgamento. Takieddine morreu na última terça-feira, 23. Com informações da Associated Press
(Com Agência Estado)
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