Ela enfatizou três áreas em que o setor privado pode ajudar. A primeira delas é a informação. "Uma das forças do mercado financeiro é sua capacidade de absorver, analisar e disseminar informação de forma que excede o que indivíduos conseguem por conta própria", afirmou. Lagarde argumentou, no entanto, que a finança sustentável precisa ser confiável. "Isso significa que são necessárias medidas para acabar com o 'greenwashing', criar padrões e rótulos para produtos financeiros e assegurar que divulgações são completas e podem ser comparáveis internacionalmente e auditáveis."
O segundo ponto é a inovação. "Progresso tecnológico é necessário para desassociar crescimento econômico e uso de carbono, reduzir emissões e desenvolver tecnologias para captura e armazenagem de carbono." Lagarde lembrou que em algumas áreas isso já vem acontecendo - na questão energética, por exemplo, a energia solar já é mais barata do que carvão ou gás. Entretanto, há desafios, como a capacidade de armazenar grandes volumes. Além disso, em setores como agricultura e metalurgia, ainda é necessária mais inovação. A presidente do BCE afirmou que a Europa precisa ampliar financiamentos de capital de risco para inovação.
O terceiro e último ponto é a adaptação. Mesmo que o aquecimento global fique dentro dos limites estabelecidos no Acordo de Paris, lembra Lagarde, os riscos ainda devem aumentar e é necessário mitigar e se adaptar ao novo clima. "Bancos podem assegurar que a atividade econômica aconteça em locais menos expostos ao incorporar exposição a riscos físicos, como enchentes e secas, em decisões de empréstimo", afirmou. Ela citou também seguradoras, já que apenas um terço dos danos causados por catástrofes na Europa atualmente tem algum tipo de seguro.
(Com Agência Estado)
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