O chefe do Ministério Público do Estado, José Antonio Borges, não foi convincente o suficiente para afastar, de vez, a possibilidade de instalação, pela Assembleia Legislativa, de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias feitas pelo cabo da Polícia Militar Gerson Correa, réu na ação penal que apura crimes de interceptações ilegais, dentro do esquema denominado “grampolândia”. Após ser “sabatinado” por cerca de duas horas pelos deputados que compõem o Colégio de Líderes do Parlamento, o clima ainda remetia a dúvidas o que, de acordo com o residente da Casa, Eduardo Botelho (DEM), não descarta a criação da CPI.
“Cada deputado vai fazer seu julgamento, vamos aguardar, isso não precisa ser decidido agora. O procurador foi muito esclarecedor, se comprometeu a fazer uma investigação dura em cima do próprio Ministério Público. Agora, se vai ter ou não a CPI, eu não posso responder isso, porque uma CPI é composta por oito assinaturas e no momento parece que não, mas isso pode mudar”, disse Botelho, emendando que Borges se comprometeu a contratar uma auditoria externa para investigar e que ele vai manter os parlamentares sempre informados quanto aos resultados da auditoria. Botelho também salientou que o objetivo da “sabatina” feita com o procurador-geral não foi para decidir se haveria ou não uma CPI e sim obter uma explanação de Borges aos deputados, sobre as recentes declarações e denúncias feitas por Gerson.
Antonio Borges saiu da sala de reuniões dizendo que vai, de fato, investigar, mas minimizou tais denúncias, negou existir “grampolândia” no MPMT (uma das acusações do cabo militar) e também ressaltou que já foram tomadas medidas administrativas para apurar o que houve dentro do Gaeco, quanto a emissão de notas (frias, conforme Gerson) e o suposto envolvimento de promotores em outras ilegalidades ligadas a grampos telefônicos.
O procurador-geral, antes de sair da Assembleia, passou por uma outra “sabatina”, ainda mais dura, com a imprensa.
“Grampolândia, do MP em relação ao Gaeco, nós vamos ver se houve alguma situação dessa forma. Porque do jeito que foi trazido pelo cabo Gerson, não tem pertinência temática, em relação à grampolândia e por isso que o doutor Domingos Sávio [Chefe do Naco Criminal] não aceitou [o pedido de acordo de delação premiada]”, emendou.
O chefe do MPE insistiu que há diferença entre “grampo” e “interceptações”
“Isso pode ser chamado de instrução, que é quando você quer descobrir um outro crime, jogando em outra investigação, que é o caso das delegadas que, sabendo que não estão investigando crime algum, mas sim, aquela situação das duas senhoras, que tinham outros interesses , que elas não sabiam, mas o Paulo Taques [ex-chefe da Casa Civil] sabia”, seguiu, alegando de forma veemente, que “barriga não pode existir dentro do MP, o que existe é interceptação telefônica , por ordem judicial e se tiver barriga, em tese, as barrigas não foram para descobrir crimes; barriga foi pra ter informações políticas ou para especular a vida íntima das pessoas”, alegou.
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