A atuação da organização criminosa estruturada para fraudar a prestação de serviços na Saúde de Sinop (497 km de Cuiabá), investigada no âmbito da Operação Caixa Postal deflagrada pela Polícia Civil, na manhã desta quinta-feira (19), foi delatada pelo médico Luiz Vagner Silveira Golembiouski, logo após ele ter sido ‘expulso’ do esquema que ocasionou um prejuízo de mais R$87 milhões ao cofres públicos.
A informação consta na decisão do juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), que autorizou a operação.
No documento, consta que Luiz, sócio administrador da empresa MED CLIN SERVIÇOS MÉDICOS LTDA, compareceu à Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) e ao Ministério Público do Estado, em fevereiro deste ano, acompanhado de seu advogado para denunciar o esquema em troca de uma ‘delação premiada’.
Em delação à polícia, o médico delatou ter participado de uma organização criminosa na Saúde de Sinop, esta que posteriormente estendeu sua atuação para Cuiabá, momento em que “rompeu” o vínculo com os demais envolvidos, incluindo agentes públicos e privados.
À época, ele além de apresentar uma narrativa detalhada sobre a sua atuação no esquema, Luiz apresentou documentos, comprovantes de transferências bancárias, ‘prints’ de conversas no WhatsApp, contratos de prestação de serviços com médicos e contrato de alugues de ambulância.
Conforme noticiado anteriormente pela reportagem, o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Celio Rodrigues e o advogado dele, Hugo de Florêncio Castilho, estavam entre os envolvidos no esquema.
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A organização criminosa também chegou a ser delatada pelo vereador Mário Sugizaki (Podemos) durante uma sessão na Câmera Municipal, logo após a morte de Manuelle Tecchio, de três anos, em uma unidade de Saúde da cidade. Durante uma fala na tribuna, o parlamentar chegou a afirmar que Célio seria o verdadeiro dono da empresa Vida e Sorriso Clínica Médica, empresa responsável por fazer a gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) onde a criança morreu.
A INVESTIGAÇÃO
Diante disso, foi verificado que a organização, que hoje gerencia a pasta da Saúde de Sinop, teria sido especialmente ajustada para assumir a prestação do serviço de forma precarizada, tendo em vista diversas alterações formais que aconteceram em sua composição no mesmo período em que disputava a dispensa de licitação para assumir tais atividades, entre maio de junho de 2022.
Essa organização social voltou a vencer dispensas de licitação ocorridas entre outubro e novembro de 2022 e entre abril e maio de 2023, de modo que continua a atuar na cidade até hoje.
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