Na sua proposta de colaboração premiada feita ao Ministério Público Federal (MPF) em 28 de setembro de 2017, o empresário Alan Malouf detalha a ação de um grupo de amigos empresários para o levantamento de recursos em prol da campanha de Pedro Taques ao Governo de Mato Grosso, em 2014. Composto pelos empresários Marcelo Maluf, Alan Malouf, Juliano Bortoloto, Fernando Minosso, Erivelton Gasques e Eraí Maggi, o grupo de amigos, segundo declara o delator, teria recebido a missão de quitar a dívida de campanha relativas ao marketing eleitoral.
O saldo devido ao marqueteiro Antero Paes de Barros era de aproximadamente R$ 700 mil, enquanto à Agência/Produtora FCS restavam ainda cerca de R$ 600 mil a serem pagos.
De acordo com Malouf, foi compartilhada e autorizada por Taques a decisão de que o pagamento fosse feito “por fora”, ou seja, por meio de caixa 2, ressalvando, o próprio governador, de que se tratava de pessoa de confiança.
Ele relata que, após receber a missão de quitar a dívida, reuniu-se, juntamente com os empresários Marcelo Maluf, Erivelton Gasques e Juliano Bortoloto, com Antero Paes de Barros, na sede da construtora São Benedito, em Cuiabá, a fim de acertar a forma de pagamento.
Para isso, Malouf realizou contrato de empréstimo no valor de R$ 1,350 milhão com o empresário Cláudio Pereira da Silva, que teria sido indicado pelo ex-secretário Julio Modesto. Conforme cópia apresentada ao MPF, o referido contrato foi firmado no dia 2 de janeiro de 2015 e a assinatura teria sido testemunhada por Modesto.
Assim, os cheques emitidos pelo empresário, frutos do empréstimo contraído por Alan Malouf, foram repassados para Antero Paes de Barros e à FCS Comunicação para quitar as dívidas relativas à campanha.
O delator pontua que os serviços foram efetivamente prestados, contudo, o pagamento dos valores devidos se deu por meio do Grupo de Amigos, não constando, portanto, na prestação de contas da campanha.
Ainda, segundo Malouf, durante o período eleitoral de 2014, uma parcela de pagamento referente aos serviços de comunicação da campanha foi feita de forma simulada. O valor, que deveria ser pago pela conta eleitoral da coligação, teria sido quitado pelo empresário Erivelto Gasques, por meio de sua empresa.
Conforme narra o delator, a FCS emitiu uma nota de serviços em nome da City Lar e a mesma foi quitada pelo empresário. No entanto, referia-se a serviço prestado não ao seu grupo econômico, mas sim à campanha eleitoral.
Em nota divulgada à imprensa, o governador Pedro Taques nega a prática de Caixa 2 durante sua campanha para o Governo de Mato Grosso e também qualquer irregularidade, ressaltando que se manifestará nos autos do processo.
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