Enquanto Mato Grosso registrou 47 feminicídios em 2024, a Justiça do Estado julgou quase quatro vezes esse tipo de crime no mesmo período, com 169 casos. Em 2025, a tendência na aceleração dos trâmites judiciais continua com 25 julgamentos para oito casos nos três primeiros meses do ano. As informações são da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP-MT) e Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ).
Apesar do avanço judiciário, infelizmente, os dados colocam o estado como o mais letal para as mulheres. De acordo com o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), Mato Grosso liderou o ranking de feminicídios no ano passado, com 1,23 morte a cada 100 mil habitantes, seguido por Mato Grosso do Sul e Piauí.
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Nessas estatísticas não estão casos recentes que abalaram o estado, como o do policial militar Ricker Maximiniano de Moraes, que matou sua esposa Gabrieli Daniel Sousa de Moraes, no último domingo (25), no bairro Praerinho, em Cuiabá. Ou o caso do médico Bruno Felisberto Tomiello, que matou sua namorada, a adolescente Ketlhyn Vitória de Souza, de 15 anos, no dia 03 de maio, em Guarantã do Norte (745 km de Cuiabá). A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) concluiu que o tiro foi voluntário, mas ainda não houve uma denúncia por feminicídio.
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Entre os condenados estão Douglas Souza Pacheco, condenado a 25 anos de prisão pelo assassinato de sua amante, Katiane Rosa Prociuncula Dias, em novembro de 2022. Ele a atropelou e arrastou propositalmente na Rodovia Anel Viário, causando sua morte. Segundo o Ministério Público, os dois mantinham um relacionamento há mais de cinco anos.
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Outro condenado, em julho de 2024, foi Neif Schnadelbach, que matou sua esposa por não aceitar o fim do relacionamento. Ele entrou na residência de Janaina Aparecida Martins no dia do seu aniversário e a matou com dois disparos de arma de fogo, na presença das filhas.
CRIMES NÃO DIMINUÍRAM
Apesar da maior quantidade de julgamentos, as estatísticas da Sesp mostram que, pelo menos nesses casos, os crimes não diminuíram. Enquanto em 2024 foram 47 feminicídios, em 2023 os casos foram praticamente os mesmos: 46. Já considerando os três primeiros meses de 2024 e 2025, os números foram exatamente iguais: oito.
Já para os crimes de naturezas diversas contra mulheres entre 18 e 59 anos, os números não demonstram uma queda significativa. Foram 11.909 em 2023 e 11.707 em 2024. Nessas estatísticas não entram homicídios nem feminicídios. No entanto, são contabilizados crimes que incluem desde ameaças, lesão corporal, injúria, stalking, calúnia, violação de domicílio, estupros, tortura, entre outros — sendo os três primeiros a maioria, com 8.210 em 2023 e 7.770 em 2024.
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