Um segundo pedido de vistas impediu o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso em concluir, nesta quinta-feira (8), o julgamento que decidirá se o deputado federal cassado Neri Geller poderá ou não concorrer ao Senado.
O julgamento será retomado nesta sexta-feira. Até o momento, são dois votos pelo indeferimento do registro de candidatura e apenas um a favor. Ainda faltam votar outros quatro magistrados.
Nesta manhã, o juiz Abel Sguarezi devolveu a ação e votou pelo deferimento do registro de candidatura, acompanhando a tese da defesa de que o pedido da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) fundamentado na decisão colegiada do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar o mandato de Neri Geller no dia 23 de agosto é intempestivo, ou seja, protocolado fora do prazo de impugnação.
O magistrado ainda votou para que Neri Geller tenha acesso ao dinheiro do Fundo Eleitoral para financiar atos de campanha.
Entretanto, a desembargadora Nilza Carvalho antecipou seu voto acompanhando o voto do juiz eleitoral Fábio Henrique Fiorenza, relator de origem, que votou pelo indeferimento do registro de candidatura. Porém, o juiz Luiz Octávio Sabóia Ribeiro pediu vistas para analisar melhor o pedido em 24 horas.
Dos sete candidatos ao Senado, Neri Geller é o único que até o momento segue sem definição a respeito do seu registro de candidatura.
O relator do processo que culminou na cassação no TSE, o ministro Mauro Campbell, entendeu que a investigação do Ministério Público Eleitoral indicou que houve “triangulação” da arrecadação de recursos durante a campanha eleitoral em 2018.
De acordo com as investigações, Neri teria utilizado a conta bancária do filho para mascarar recursos que havia recebido para a campanha eleitoral.
O MP também apontou que Geller teria “disfarçado” recursos recebidos como sendo pagamentos advindos da atividade como produtor rural.
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