O juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá, recebeu a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) e incluiu oficialmente o casal de empresários Julinere Goulart Bentos e Cesar Jorge Sechi como réus no processo que investiga a execução de Renato Nery em julho de 2024. Apontados como os mandantes do crime, a inclusão deles no polo passivo da ação penal foi formalizada após o MP apresentar aditamento à denúncia original, com base em novos elementos probatórios obtidos durante diligências complementares.
Conforme o Ministério Público, o motivo do assassinato foi o inconformismo do casal com a derrota judicial em uma disputa de mais de 800 hectares em terras, avaliadas em R$ 30 milhões, no município de Novo São Joaquim (448 km de Cuiabá). Renato Gomes Nery havia saído vencedor da ação, o que, segundo a investigação, provocou ressentimento e um desejo de vingança por parte de Julinere e Cesar. A denúncia aponta que ambos planejaram o homicídio e financiaram a execução, pagando R$ 200 mil para que a vítima fosse assassinada.
“O aditamento tem por base novos elementos probatórios colhidos durante diligências complementares, que indicam o envolvimento dos ora denunciados na prática do homicídio qualificado. [...] Neste caso, o aditamento trouxe mudanças substanciais na acusação, com a inclusão de novos acusados e detalhamento de suas condutas, inclusive com imputações penais autônomas em concurso com os fatos já narrados”, explicou o magistrado.
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Renato Nery foi assassinado no dia 5 de julho de 2024, por volta das 9h da manhã, em frente ao seu escritório na Avenida Fernando Corrêa da Costa, bairro Pico do Amor. O advogado foi surpreendido por Alex Roberto de Queiroz Silva, caseiro do policial da Rotam Heron Teixeira Pena Vieira. Ele foi atingido por tiros disparados de uma pistola Glock adaptada para rajadas, arma de uso restrito que teria sido fornecida por Ícaro Ferreira, também da Rotam. A vítima morreu no dia seguinte.
As investigações apontaram que o crime foi cometido por uma estrutura criminosa organizada, com funções claramente divididas entre mandantes, intermediários e executores. Julinere e Cesar seriam os responsáveis pelo “núcleo de comando”, enquanto o policial militar Jackson Pereira Barbosa atuou como elo entre os mandantes e os demais envolvidos. A execução do assassinato também contou com a participação dos policiais Ícaro Nathan Santos Ferreira e Heron Teixeira Pena Vieira.
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