Lacrimejando e extremamente emocionado, o vereador Francisco Carlos Amorim Silveira, popular Chico 2000 (PR), lamentou por ter a sua imagem maculada, após 20 anos de vida pública, por denúncias de suposto abuso sexual envolvendo a enteada de 11 anos. Em 2016 Chico chegou a ficar preso no Centro de Custódia por ser suspeito de cometer o ato de pedofilia.
Em entrevista ao HiperNotícias, nos bastidores da sessão legislativa desta terça-feira (21), o vereador disse que rasgaram a sua hora, mas que crê em Deus que tudo será esclarecido.
“Isso foi uma paulada muito grande e que mudou um pouco o curso da minha vida. Vivi esses primeiros meses do ano com muita angústia e muito apreensão em razão de tudo isso”, afirmou.
O republicano diz que nunca imaginou que pudesse passar por algo semelhante. “Eu comparo a minha moral a um travesseiro de penas que foi rasgado em cima de um morro e que não será montado nunca mais. Mas Deus sabe das coisas e vai desarmar as armadilhas”, disse o parlamentar.
Inquérito arquivado
Chico 2000 teve dois pedidos de abertura de sindicância e de cassação apresentados na Câmara, mas o presidente da instituição, vereador Justino Malheiros (PV), arquivou os pedidos e nem sequer considerou a possibilidade de remeter o caso para a Comissão de Ética. “Considero uma demonstração de maturidade da Câmara em arquivar isso, porque não se condena a quem não se deu o direito de se defender. Este caso está na fase e inquérito e nesta fase não se exerce o direito ao contraditório, apenas na fase judicial”, avalia.
Diante do escândalo que começou em novembro do ano passado, o vereador chegou a ser preso em dezembro e correu o risco até de não ser diplomado. Contudo, ele conseguiu reverter a prisão a tempo de tomar posse e de não perder o mandato.
Marcos Lopes/HiperNotícias
Vereador Mário Nadaf (PV) comentou que não é certo fazer julgamento político do caso
Hoje, Chico 2000 não culpa a imprensa pela mancha a sua imagem e honra, nem mesmo pela repercussão que o caso tomou na mídia. Ele diz ter consciência que a imprensa só fez o seu papel de publicar os fatos que lhe chegaram. Mas lamenta o fato em si com a menor, que segundo ele, não passou de um mal-entendido.
Sem detalhes
Chico prefere não dar detalhes, nem muitas explicações sobre a forma como tudo ocorreu, por entende que deve preservar a criança.
O presidente da Comissão de Ética, vereador Mário Nadaf (PV) explicou porque os requerimentos foram arquivados. Segundo Nadaf, a própria lei que estabelece a comissão deixa claro que só estão aptos para apurar os crimes de natureza política e não criminal. “Nós temos que tratar com cautela todos os encaminhamentos da comissão. Nós ficaríamos muito vulneráveis se a partir de um simples Boletim de Ocorrência colocássemos em risco o mandato dos 25 vereadores”, frisou.
Ele explica ainda que o caso está em fase de inquérito policial e não há sequer denúncia oferecida pelo Ministério Público para se tornar processo na Justiça.
“Portanto, acho temerário a Câmara de Vereadores fazer um pré-julgamento político”, afirmou.
Nadaf pontuou ainda o cuidado que a instituição tem que ter para não cometer o mesmo erro que cometeu com o primeiro vereador cassado da história da Câmara de Cuiabá, Ralf Leite. Posteriormente ele reverteu a cassação na Justiça.
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER e acompanhe as notícias em primeira mão.
Cuiabano 27/02/2017
A vitima nao é debil mental, confirmou o abuso, e ainda vem falar em moral? O fato de ser vereador nao outorga poderes para abusar de crianca.
1 comentários