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Artigos Quarta-feira, 20 de Maio de 2020, 16:21 - A | A

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Quarta-feira, 20 de Maio de 2020, 16h:21 - A | A

ALIANA CAMARGO

Autocomunicação e a força da esperança na era digital

ALIANA CAMARGO COSTA

Arquivo pessoal

Aliana Camargo Costa

Os ecos da entrevista do youtuber Felipe Neto para a TV Cultura certamente terá atenção de especialistas da comunicação e políticos pelo movimento que o jovem está fazendo contra atitudes dos que governam este país. Entretanto, a sua fala no programa Roda Viva, na última segunda-feira, precisa também ter uma atenção especial de educadores (sejam professores, pais, responsáveis) porque ele não é somente um influenciador que fala para milhões de jovens no país, mas porque tem uma retórica que anima e dá esperança para a Educação no caos que estamos vivendo. Porém, a semente desse grande debate só poderá gerar frutos se a pauta mídia-educação estiver na arena da escola.  

Na conta de inscritos na plataforma de vídeo, Felipe tem o segundo maior canal do país com 37, 9 milhões de inscritos (nesta metade de maio). Na rede social twitter, palco de suas falas mais politizadas, o jovem tem 11,6 milhões. Sua audiência é maior que muitos jornais de televisão do país, e com um poder de influencia que demanda pesquisas.  

Pelo Youtube Felipe conquistou fama, dinheiro, tornou-se empresário de outros ramos e, deixado a sua imaturidade pedante e lastimável dos anos anteriores,  procurou estudar política e outros temas, e alçou a bandeira que todos nós já sabemos - o caminho é a Educação. 

Felipe tem um irmão mais novo, Luccas Neto; se você que não tem filhos e não sabe quem é, procure um amigo que tenha um pequeno e saberás que o Luccas é o que podemos chamar de nova “Xuxa” do momento. 

Desde a minha graduação venho estudando a mídia e educação e certamente estamos vivendo um momento em que a água do caldeirão está em ebulição. É preciso ouvir Felipe para compreender que implementar no currículo das escolas um espaço para refletir sobre a mídia, sobre o jogo pelo qual está posto a vida de todos nós e que pauta nossas decisões em muitos momentos, é uma questão urgente. 

Felipe é fruto de uma nova forma de comunicação a partir da rede digital – a que Manuel Castells denomina como autocomunicação de massa, em que o receptor passa a ser também um produtor num sistema em que a mensagem é autogerada e autosselecionada. Trata-se de uma nova ecologia comunicacional cujo modelo é todos conversando com todos. E é isso que todos os youtubers estão fazendo há pelo menos 10 anos: produzindo mensagens e influenciando decisões através das mentes de seus inscritos.

A importância da autocomunicação de massa é vista quando Felipe começa a fazer mobilizações de caráter sociopolíticas (que ressoam em outros canais e outros perfis) em ressignificar e formar ondas contra o poder no jogo interposto pelas redes políticas da mídia e da própria política.  

Ao inserir a mídia como debate dentro das escolas, o conhecimento pode levar ao combate a muitas formas questionáveis de mensagens por meio das redes sociais, muitas feitas pelos próprios governantes (quem não se lembra do presidente tendo sua mensagem apagada pelo twitter por se tratar de fake news?); o próprio conceito de fake news (notícias falsas) e sua transmutação para a pós-verdade; a política do escândalo como força utilizada de maneira recorrente para desestabilizar a democracia. 

No cenário em que nos encontramos a autocomunicação de massa passa a ser uma forma de desafiar o poder imposto. A capacidade de muitos youtubers, principalmente os que falam para muitos, de produzir suas mensagens possibilita uma reprogramação constante da rede e assim de nossas ações. Se pensarmos (indivíduo e coletivo) de forma diferente, as redes de comunicação irão operar de forma diferente, e pode influenciar na maneira como construiremos as redes de nossas vidas. Há esperança e não podemos perdê-la de vista.

 

(*) ALIANA CAMARGO COSTA é jornalista, Mestre em Estudos de Cultura Contemporânea pela UFMT e Doutoranda em Educação pelo Programa de pós-graduação  em Educação da UFMT.

 

 

 

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