"Lá estava eu, em um armário, cheirando cocaína da minha medalha de ouro, zombando da minha conquista, odiando-a pelo que eu achava que ela havia me proporcionado", lembrou o britânico de 45 anos em entrevista ao jornal The Times. "Era como mijar no túmulo de alguém, e naquele momento, eu estava mijando no meu próprio. A medalha de ouro, a Volta da França... tudo isso estava morto para mim. A pessoa que eu tinha sido em Paris e em Londres estava morta para mim."
Segundo o ex-ciclista, o episódio se deu em um hotel em Londres, onde se trancou por duas semanas. "Consegui usar cerca de 120 gramas de cocaína, não sei como não morri. Não gosto nem de pensar nisso", disse Wiggins, que relata o vício em drogas e outros episódios sombrios na autobiografia "The Chain" ("A corrente", em tradução livre), que será lançada na Inglaterra no próximo dia 23.
No livro, Wiggins relata o abuso sexual que sofreu de um treinador quando tinha 13 anos, as agressões físicas frequentes do padrasto, os supostos casos de doping em sua equipe e também conta como foi declarado falido por um tribunal em decorrência de dívidas superiores a um milhão de euros. "Eu nunca quis que parecesse que eu culpava alguém pelos meus problemas. Sou vítima das minhas próprias escolhas", comentou.
Bradley Wiggins também lembra, na obra, como chegou ao topo no ciclismo. Além de vencer a Volta da França, em 2012, ele conquistou medalhas desde os Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, até a Olimpíada do Rio em 2016. Foram cinco ouros, uma prata e dois bronzes no período. "Eu queria ser o narrador da minha própria história. Boas e ruins", resumiu.
(Com Agência Estado)
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