Além de Sidney, foram presos o executivo Mário Otávio Gomes, diretor estatutário da Fast Shop, rede especializada no comércio de eletrodomésticos e eletrônicos, e o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, da Secretaria da Fazenda e Planejamento (Sefaz-SP).
Veja abaixo o que já se sabe sobre a prisão do dono da Ultrafarma.
Quem são e o que dizem os envolvidos?
Sidney Oliveira começou a trabalhar em uma farmácia aos 12 anos, mas teve sucesso nos negócios no início dos anos 2000, ao fundar a Ultrafarma, que hoje tem seis unidades próprias e mais de 400 licenciadas.
Mário Otávio Gomes trabalha na Fast Shop há mais de 30 anos e ocupa o cargo de diretor estatutário - que pode ser responsabilizado por prejuízos causados por má-gestão ou dolo - desde 2014.
Já Artur Gomes da Silva Neto é supervisor da Diretoria de Fiscalização (Difis) da Sefaz-SP.
O Estadão busca contato com as defesas dos envolvidos. Em nota, a Fast Shop informou que ainda não teve acesso à investigação e que está colaborando com as autoridades competentes. A Ultrafarma não havia se manifestado até a publicação deste texto.
O que é investigado?
A investigação começou após uma evolução patrimonial atípica da empresa Smart Tax, registrada em nome da mãe de Artur. Ela saiu de um patrimônio de R$ 411 mil em 2021 para R$ 2 bilhões em 2024, o que chamou a atenção do MP-SP, já que a empresa não tinha funcionários e tinha apenas a Fast Shop como cliente.
De acordo com o MP-SP, o fiscal manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários às empresas. Em contrapartida, essas companhias pagavam um valor para Artur, por meio da Smart Tax.
Por que Sidney foi preso?
Sidney foi preso temporariamente na Operação Ícaro porque a Ultrafarma está implicada no inquérito. Os investigadores do MP-SP encontraram centenas de e-mails trocados entre o dono da Ultrafarma e funcionários da empresa com Artur.
Segundo o MP-SP, Artur tinha até mesmo o certificado digital da Ultrafarma para protocolar pedidos de ressarcimento em nome da empresa junto à Sefaz.
O órgão também apontou que o fiscal pagou R$ 1,2 milhão ao advogado Fernando Capez - ex-procurador de Justiça e ex-deputado estadual - para defender Sidney em uma investigação. Ele também teria convencido o empresário a fechar um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) para encerrar a investigação e ocultar a sua participação em crimes praticados pelo dono da Ultrafarma.
Até quando ele ficará preso?
Sidney passou por audiência de custódia na quarta-feira, 13, e teve a sua prisão temporária mantida peja Justiça de São Paulo. Por lei, a prisão temporária tem prazo inicial de 5 dias.
De acordo com o MP-SP, a medida foi necessária porque funcionários da Ultrafarma serão ouvidos pelo órgão e, caso estivesse em liberdade, o empresário poderia pressionar ou intimidar seus subordinados. Esse argumento também foi utilizado para justificar a prisão de Mário.
Quais empresas estão envolvidas?
A investigação do MP-SP também envolve outras varejistas suspeitas de financiarem o esquema de corrupção.
O Grupo Nós, dono das lojas de conveniência Oxxo, a Rede 28, de postos de combustíveis, a Kalunga, rede de papelaria e material de escritório, e a distribuidora All Mix também são citadas na investigação.
(Com Agência Estado)
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