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Iniciado nesta quinta-feira (1°) na comunidade de Miguel Velho, em Santo Antônio de Leverger (36 km de Cuiabá), o projeto piloto Pais (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável) é mais uma alternativa criada para estimular o trabalho no campo por meio da agricultura orgânica e fomentar a renda do homem do campo criando novos pequenos empreendedores e propiciando melhores condições de acesso ao mercado consumidor.
Realizada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Mato Grosso e Nacional com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o programa é resultado de um investimento de R$ 1,5 milhão na tecnologia que tem como base a agroecologia. Ela funciona com um sistema em que se dispõe de um galinheiro no centro, uma horta ao redor, um quintal agroecológico e um sistema de irrigação por gotejamento.
Segundo Eneida Maria de Oliveira, diretora do Sebrae em Mato Grosso, isso promove a difusão de tecnologias produtivas como instrumento de geração de trabalho e renda na agricultura familiar. “Este projeto está baseado em dois focos. O primeiro é a qualidade de vida. O outro é a possível venda dos excedentes produzidos”, garante.
Ela explica que o projeto passa por etapas, na qual a primeira seleciona as famílias participantes. É ponderado o número de integrantes da família, a possibilidade de haver idosos, gestantes, a participação em programas sociais e até pequenos salários, além do tamanho de sua propriedade. Depois de selecionados as famílias passam por psicólogos que analisam o comportamento e aptidão que essas famílias têm tanto para a agricultura quanto para a gestão do seu negócio.
“Depois disso, entregamos os kits que contem caixa d’água, canos para irrigação, mudas, material para galinheiro e outras coisas. Além disso, os técnicos são levados ao campo para implantar o projeto e ensinar as famílias beneficiadas como trabalhar na agricultura sem queimadas, desmatamento, agrotóxicos”, afirma a diretora do Sebrae.
Este primeiro projeto da Pais foi inserido na chácara do Edmilson Rodrigues da Silva, popularmente conhecido como senhor Bilu. Trabalhador do campo há 47 anos, ele é o pioneiro na recepção do projeto que já está em prática há um mês e já avalia crescimento de renda e de conhecimento. “Essa é a melhor coisa que já fizeram. Além de assistência técnica, nos temos a estrutura para montar os canteiros e com isso podemos melhorar a vida das 70 famílias da comunidade”, garante.
A estimativa é que o projeto atenda há 250 famílias em 10 municípios de Mato Grosso (Acorizal, Barão de Melgaço, Cuiabá, Chapada dos Guimarães, Jangada, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Rosário Oeste, Santo Antônio do Leverger e Várzea Grande). José Guilherme Barbosa Ribeiro, Superintendente do Sebrae em Mato Grosso, lembra que as cidades escolhidas foram selecionadas a partir da orientação do Conselho Segurança Alimentar (Consad) e as verbas recebidas pelo MDS são destinadas não somente a estrutura física que o projeto oferece mais também ao aporte técnico. “Cerca de R$1 milhão são destinados aos kits enquanto o resto do valor é voltado para os técnicos, psicólogos, gestores e outros profissionais que auxiliarão no crescimento desse pequeno agricultor”, pontua.
É bom ressaltar que o projeto é um modelo já usado em outras localidades do país que vem demonstrando resultados positivos quando se trata de redução da independência dos insumos vindos de fora da propriedade e comercialização do plantio e consumo próprio. De acordo com Ludovico Wellmann da Riva, Gestor de Agroecologia do Sebrae Nacional, este projeto já é implantado desde 2005 e cerca de 10 mil famílias já foram beneficiadas. “O resultado é satisfatório no que se refere a segurança alimentar e melhoria da renda. Além disso, foi possível a fixação do homem no campo, pois sua rentabilidade aumentou e ele pode gerir um pequeno negócio na comunidade”, finaliza.
Além do Sebrae MT e Nacional, MDS, Consad, a Produção Agroecológica Integrada e Sustentável também conta com as parcerias do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e Social do Vale do Rio Cuiabá, prefeituras municipais destas regiões e suas secretarias, além da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Mato Grosso (Fetagri) e Sindicato dos Trabalhadores Rurais dos Municípios.
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