A pecuária de Mato Grosso vai continuar cedendo área para a prática da agricultura, afirmou o diretor-executivo da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Seneri Kernbeis Paludo, durante o encerramento do do trajeto da Equipe 2 do Rally da Pecuária, na sede da entidade, em Cuiabá.
"A soja e/ou milho tem mais viabilidade econômica. Mas não perderemos em quantidade de rebanho", disse ele nesta segunda, dia 3.
O diretor-executivo informou que a produção de carne bovina será mais tecnificada no Estado. Ele afirmou que já há produtores que alcançam produtividade de oito arrobas por hectare por ano, com um projeto de pastagem irrigada. Segundo ele, o semi-confinamento (suplementação da alimentação dos bois de pasto) está crescendo e vai continuar a aumentar.
A média atual nacional de produtividade está em 3,64 arrobas/hectare/ano. A Famato, juntamente com o Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (Imea-MT), divulgará, na semana que vem, um estudo com 200 produtores, para saber mais detalhes sobre a área que a pecuária está cedendo para a agricultura.
Questionado sobre a concentração das indústrias do setor, Paludo disse que o que está acontecendo ocorreu com grãos há anos. Conforme o diretor, está sendo elaborada uma agenda positiva entre pecuaristas, indústrias e varejo, com oito itens. Dentre eles, a criação de um Conselho Nacional da Carne Bovina (Consebov), para ter mais transparência na formação de preços e a normatização, tipificação e classificação da carcaça.
"A diferença é que na pecuária a velocidade é maior, por conta de investimentos do governo, e também porque a cadeia produtiva não estava preparada para esse processo de transformação", disse.
RÚSSIA
Mato Grosso é um dos Estados que sofre com o embargo russo, que dura mais de um ano. Paludo informou que, entre os dias 12 e 13 de setembro, a região receberá o embaixador da Rússia no Brasil para conversar sobre uma possível reversão da suspensão comercial de carnes e visitas a alguns frigoríficos do Estado.
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