Para competir com as redes já presentes no País, a Shopcards oferecerá como diferencial o parcelamento em até 200 prestações, juros similares aos praticados no mercado e serviço personalizado. Um deles é o envio de mensagem ao cliente informando do recebimento, pela loja, de uma coleção de roupas que combinam com o sapato adquirido na última compra. A maioria dos cartões de crédito em uso no País permite parcelamento em no máximo dez vezes.
A Shopcards, criada por investidores brasileiros, importou dos EUA programa de software usado pelas empresas locais que permite diversificação de formas de pagamento e o acompanhamento das compras do cliente. O contato só é feito se o consumidor preencher ficha autorizando receber e-mails, mensagem no celular ou telefonemas.
"Nossa meta é ter 600 mil clientes até o fim do semestre e 2 milhões no início do segundo ano de operação", diz Waldemar Petty, presidente da Shopcards.
No ramo financeiro há 40 anos, Petty e os parceiros investiram US$ 5,8 milhões nos últimos cinco anos na criação da administradora. Ele prevê que serão necessários mais US$ 1 milhão ao ano para manter a rede.
"Construiremos um banco de dados para oferecer aos compradores o que realmente possa interessá-los de maneira elegante e eficaz", afirma Petty. "Queremos ser a Apple desse mercado."
No ano passado, o setor de cartão de crédito faturou cerca de R$ 386 bilhões, ante R$ 68,5 bilhões em 2002, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). O número de cartões em operação saltou de 41,5 milhões para 173,2 milhões. Ainda assim, os números estão muito abaixo dos registrados nos EUA, por exemplo, com cerca de 350 a 400 milhões de cartões em uso.
CLÍNICAS
Para Petty, "ainda é um mundo muito pequeno para o tamanho do Brasil". Segundo ele, a ampliação do uso do chamado dinheiro plástico virá da oferta de serviços diferenciados. O Shopcards vai atuar nas redes de varejo e deve ter parceria com até 12 bancos - oito já confirmaram. O primeiro cartão a ser lançado em São Paulo nos próximos dias é em parceria com o Shopping D&D. Outra grande rede com 150 mil usuários vai transferir sua carteira nas próximas semanas.
A rede também vai entrar em segmentos pouco atendidos pelas administradoras atuais, como clínicas e consultórios médicos e dentários, estacionamentos e taxistas, informa Petty.
Segundo ele, o grupo vai fornecer gratuitamente as maquininhas de cobrança - em média, os lojistas pagam R$ 150 ao mês pelo "aluguel" - e isenção do porcentual pago pelo comerciante sobre o valor da compra cada vez que o cartão é usado. Ações como essa, explica o executivo, permitem taxa de juros competitiva, o que vai atrair clientes e, consequentemente, diminuir os custos administrativos.
O crescente mercado brasileiro, que somado aos cartões de débito e de rede/lojas movimentou R$ 687 bilhões em 2011, está atraindo outros grupos internacionais. As bandeiras Cup (chinesa), Discovery (americana) e JWC (japonesa) já manifestaram intenção de atuar no País.
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