Com máxima a R$ 5,6755, à tarde, o dólar à vista fechou em alta de 0,51%, cotado a R$ 5,6757, praticamente zerando as perdas em maio (-0,02%). No ano, a moeda norte-americana acumula desvalorização de 8,16% em relação ao real, que apresenta o melhor desempenho entre as divisas latino americanas.
Termômetro do comportamento da moeda norte-americana em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY operou em baixa ao longo do dia e rompeu pela manhã o piso dos 99,000 pontos, com mínima aos 98,694 pontos. Euro e libra avançaram após o presidente dos EUA, Donald Trump, estender o prazo para imposição de tarifa de 50% a produtos da União Europeia de 1º de junho para 9 de julho.
Após ressaltar que o pregão desta segunda é atípico, pela baixa liquidez, o superintendente da mesa de derivativos do BS2, Ricardo Chiumento, observa que, em geral, o mercado local tem refletido a dinâmica de perda de força do dólar no exterior neste início de ano. Não por acaso, a apreciação do real, na casa de 8%, é bastante similar à queda do DXY no período.
"A exceção foi na semana passada, principalmente na quinta e sexta-feira, com o anúncio de medidas que mexeram de fato em pontos sensíveis ao capital estrangeiro", afirma Chiumento, ressaltando que o governo voltou atrás na questão de IOF em pontos relacionados a aplicações em fundos de investimento em brasileiro em ativos no exterior e nas remessas destinadas a investimentos. "O IOF deve pesar um pouco mais sobre a atividade local, que já vinha apresentando sinais de enfraquecimento por conta dos juros altos.
Analistas ponderam que a alteração do IOF, um imposto regulatório, mostra que o governo persiste na estratégia de aumentar a receita para cumprir as metas fiscais, postergando ajustes estruturais nas contas públicas. Há temores de judicialização da decisão do governo de elevar o IOF sobre crédito e seguros.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), indicou nesta segunda-feira à tarde que vai levar para discussão, na reunião de líderes da Casa, o projeto de decreto legislativo que pede a suspensão do decreto do governo Lula que aumenta o IOF.
Pela manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a equipe econômica tem até o fim da semana para decidir como compensar o que deixará de ser arrecadado pela revogação do IOF para aplicação de fundos e remessas para investimentos.
"O mercado ainda tenta entender a lógica por trás do aumento relâmpago do IOF, anunciado e parcialmente desfeito em poucas horas, e agora monitora, com natural ceticismo, quais serão as medidas compensatórias para a isenção tributária dos fundos de brasileiros no exterior", afirma o head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T XP, Diego Costa. "A verdade é que, enquanto Brasília seguir em modo de indefinição, qualquer respiro tende a ser, no máximo, técnico e temporário."
Entre os indicadores do dia, à tarde, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou que a balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 2,297 bilhões na quarta semana de maio. No mês, o saldo é de US$ 6,483 bilhões e, no ano, o superávit acumulado é de US$ 24,212 bilhões.
(Com Agência Estado)
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