De janeiro a setembro de 2017, a indústria registrou saldo positivo de 76.337 vagas. O desempenho acumulado no ano supera, e muito, o saldo verificado nos períodos correspondentes de 2015, com encerramento de 287.503 postos de trabalho, e de 2016, quando o número ficou negativo em 133.483. O saldo, inclusive, está acima do verificado em 2014, quando o número era positivo em 40.772.
"A indústria em trajetória de melhora é um fator bem positivo para a economia como um todo. Este é um vetor positivo, se pensarmos no efeito sobre serviços e outros segmentos", apontou o economista da Tendências Consultoria, Thiago Xavier. Ele lembra que a recuperação dos empregos no setor vem em linha com a retomada da produção industrial.
Outro termômetro da economia, o comércio ainda segue num ritmo mais lento de contratações em comparação ao período que antecedeu os cortes. O setor, que representa cerca de 20% dos empregos formais no País, é o que mais destruiu vagas em 2017, com saldo negativo de 87.935 postos de trabalho, mostram os dados do Caged.
"Houve a interrupção dos projetos de expansão e novas lojas, que oferecem um adicional importante na geração de empregos. Agora, com o início da retomada econômica, as empresas grandes começam a estudar a abertura de novas unidades e temos uma recuperação do emprego, ainda lenta e tênue", explicou o economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo.
Se a geração de vagas da indústria já apresenta ritmo comparável ao período pré-crise e o comércio ainda segue em terreno negativo, o setor de serviços ficou "no meio do caminho". A geração de vagas voltou ao terreno positivo nos dados até setembro, com saldo de 78.190 postos de trabalho, após registrar encerramento líquido de vagas em 2015 (-66.944) e 2016 (-192.872). Ainda assim, a distância é grande até os 489.876 postos registrados no mesmo período de 2014.
O presidente da Confederação Nacional de Serviços (CNS), José Luiz Nogueira Fernandes, avalia que a geração de vagas no setor deve acelerar neste fim de ano. "Acredito que até o fim do ano, que é um período de contratações no segmento, o saldo ficará em torno de 150 mil vagas geradas", declarou.
Já para 2018, diz o executivo, com a economia em um ritmo de expansão mais forte e com as novas possibilidades de contratação previstas na reforma trabalhista, a criação de postos de trabalho formais pode voltar ao patamar de 2014. "Se as condições continuarem a melhorar, esse pico de contratações deve acontecer no ano que vem e depois, em 2019, continuar aumentando vagarosamente."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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