Os custos com insumos e alimentação do rebanho bovino estão refletindo no preço do leite, em Cuiabá. A constatação está exposta nas gôndolas dos supermercados. O valor chega até R$ 6.
De acordo com o boletim divulgado do Instituto Mato-Grossense de Economia e Agropecuária (Imea), o aumento é decorrente da retração na captação do leite em Mato Grosso, que chegou no primeiro semestre deste ano, 4% menor que o verificado em 2015.
Para se ter uma ideia, a média do preço pago ao produtor nos primeiros seis meses de 2016 foi de R$ 0,95/l, enquanto no primeiro semestre de 2015 foi R$ 0,79/l, portanto, um aumento de 20%. No sentido oposto, o índice de captação no Estado reduziu 4% no mesmo período, sustentando os reajustes.
“Essa redução na captação já era esperada, uma vez que muitos produtores deixaram a atividade em virtude dos preços pagos pela matéria-prima. Além disso, os que resistiram a crise no setor diminuíram seu plantel, a fim de baixar os custos, e agora se tem uma baixa oferta de leite e derivados em geral. Mas, esse valor de R$ 6 está fora da realidade: é abusivo. Na verdade, o consumidor deve ficar atento, pois a variação do leite é de R$ 4,50 a R$ 5 porque com a redução da produção os estoques mundiais de leite baixaram e entra a velha questão da oferta e da demanda”, afirmou o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínio de Mato Grosso (Sindilat-MT), Antonio Borneli.
Um dos problemas também apontado por Borneli é quanto a alta da soja e do milho, que acabou encarecendo os insumos para ração e, com isso, as regiões que são as grandes produtoras de leite, como o Goiás, quebrou na produção.
“O leite não tem como estocar e foram sendo consumindo os estoques. Com a seca, a situação piorou porque o setor sofre ainda mais com a escassez. Não temos nem leite em pó para estabilizar o mercado, porque inclusive já há falta do produto em alguns lugares, porque temos três abastecimentos no Estado, que não é capaz de suprir a demanda. Porém, esperamos para os próximos meses um novo momento para a cadeia de leite, com recuperações na margem do produtor, tendo em vista os altos custos de produção.”, concluiu.
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