No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 recuou de 13,962% no ajuste de sexta-feira para 13,920%. O DI de janeiro de 2028 caiu a mínima intradia de 13,235%, de 13,268% no ajuste. O DI para janeiro de 2029 oscilou de 13,199% no ajuste anterior para mínima intradia de 13,200%, e o DI para janeiro de 2031 avançou de 13,499% no ajuste antecedente a 13,530%.
Divulgado pelo Banco Central nesta segunda, 1º, o boletim Focus sinalizou que o mercado segue ajustando suas estimativas de inflação para baixo. A mediana para a alta do IPCA deste ano caiu pela 14ª semana seguida, para 4,85%, e a de 2026 diminuiu a 4,31%, sétima redução consecutiva. Diretor de pesquisa econômica do banco Pine, Cristiano Oliveira destaca o declínio de 3,97% para 3,94% da mediana para o aumento do indicador em 2027, pela segunda semana seguida, "indicando ganho de credibilidade da política monetária". A ancoragem das expectativas vem sendo repetidamente citada como ponto de preocupação nas comunicações recentes do Banco Central.
Segundo Luis Otavio Leal, sócio e economista-chefe da G5 Partners, o DI para o começo de 2027 reagiu ao Focus, tendo em vista a ausência de outros indicadores locais na agenda hoje. A partir dos vértices intermediários, porém, as movimentações na curva nesta segunda foram tímidas, em razão do feriado nos EUA.
"Sem o mercado americano, não há muita liquidez, e a parte curta e intermediária fica sem referência. Por isso as últimas notícias tiveram efeito marginal no mercado", diz Leal, referindo-se ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLOA) de 2026.
Apresentado pelo governo ao Congresso na última sexta-feira, após o fechamento do mercado, o PLOA prevê um superávit primário de R$ 34,5 bilhões no ano que vem - o equivalente a 0,25% do PIB, a meta do novo arcabouço fiscal. Especialistas em contas públicas criticaram, no entanto, a falta de clareza em relação a como alcançar as receita líquida, estimada em R$ 2,577 trilhões para o próximo ano, e premissas macroeconômicas otimistas - o governo trabalha com expansão de 2,44% do PIB para 2026 - e avaliam que a meta fiscal de 2026 pode ter de ser alterada. Segundo o economista da G5 Partners, o mercado, que já não estava otimista com o quadro fiscal, teve a percepção negativa reforçada pelos números do PLOA.
Em relatório publicado hoje, as economistas Solange Srour e Débora Nogueira, do UBS Wealth Management, afirmam que os prêmios elevados nos juros longos brasileiros refletem predominantemente um desequilíbrio fiscal e um cenário de incerteza quanto à sustentabilidade da dívida pública local. Um modelo VAR construído pelo UBS aponta que, a cada 1 ponto porcentual de aumento da dívida sobre o PIB, o vértice de cinco anos sobe 0,2 ponto ao longo de 12 meses, e o vencimento de dez anos, 0,16 ponto.
Além da questão fiscal, Leal, da G5 Partners, acrescenta que o julgamento de Bolsonaro no STF, que começa amanhã, também pode ter contribuído para estressar a curva hoje. O político ainda tem espólio eleitoral relevante, observa, e sua situação também pode afetar o impasse entre Brasil e governo Trump. O republicano citou o "tratamento injusto" conferido ao ex-presidente no País como um dos motivos para o tarifaço imposto a produtos brasileiros.
(Com Agência Estado)
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