"A China é o único país que tem capacidade e condições de usar a mesma ferramenta contra os EUA - e já fez isso anteriormente", diz o economista. Segundo Vale, até 1º de novembro, prazo dado por Trump para o início das novas tarifas, o mercado deve atravessar um período de forte volatilidade.
Na sexta-feira, diferentes indicadores sofreram impacto assim que a retaliação foi anunciada. O petróleo caiu mais de 4% e o Ibovespa futuro registrou queda de 1,15%. As cotações de moedas digitais, como o bitcoin e o ethereum, encolheram 8,23% e 14,56%, respectivamente. Já o dólar futuro para novembro acelerou, com alta de 2,67%.
Para Vale, o tarifaço de Trump terá efeito inócuo nas demandas pretendidas pelo presidente dos EUA, mas piorará as condições econômicas dentro do país. "Nada do que ele está propondo vai adiantar em termos de balança comercial, arrecadação ou industrialização dos EUA", afirma. "Ele aprendeu a usar as tarifas como uma arma para fazer bullying contra outros países, mas está apenas afastando-os dos EUA, que está reduzindo seu comércio internacional, se tornando uma economia mais fechada e com maior inflação."
TERRAS RARAS
Esta semana, a China anunciou restrições às suas exportações de terras raras. O país extrai 70% desses minerais do mundo e realiza o processamento químico de cerca de 90% do fornecimento global. Trump chamou as restrições impostas pela China de "sinistras e hostis" e disse que elas "tornariam a vida difícil para praticamente todos os países do mundo".
"Na verdade, Trump e as empresas americanas precisam das terras raras chinesas", afirma Vale. "A capacidade de negociação dos EUA, neste caso, não é grande."
No caso da soja, outra reclamação de Trump, o problema é outro. "Seja por conta do combate à imigração, à alta dos fertilizantes e equipamentos por causa de tarifas, os EUA deixaram de ser competitivo", afirma. "É natural que a China busque soja no Brasil e na Argentina."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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