Seis cartões de crédito, três de débito e um do seguro do carro que, no momento do aperto, permite o saque de uma graninha extra. É com esse monte de plásticos que a bancária Nathalia Imparato paga as contas, compra ingressos para shows, roupas, comida e leva a vida, já que ela quase nunca anda com dinheiro vivo na bolsa. O Brasil tem, hoje, mais cartões do que gente: são pelo menos três para cada pessoa.
Dados da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) mostram que havia pouco mais de 684,3 milhões de cartões em operação em julho, enquanto a população brasileira girava em torno de 190 milhões.
O setor vem crescendo cerca de 20% ao ano nos últimos dez anos e deve continuar a mostrar fôlego. O grande motor desse segmento de dinheiro virtual é a facilidade do crédito e o desenvolvimento de tecnologias que permitiram que a grana de plástico chegasse à praia, à feira e a qualquer lugar em que um autônomo queira vender algo.
Controle alto
Mas a facilidade pode virar rapidamente uma bola de neve na mão de quem não tem controle. A bancária Nathalia, citada no início da reportagem, aprendeu a duras penas como controlar os gastos. Segundo ela, não dá para abrir mão dos dez cartões que a acompanham diariamente, mas é possível saber exatamente o que gastou, com o que e quando.
- Sou economista formada e me organizo com uma planilha. Não carrego dinheiro comigo. Tudo é no débito e no crédito. Então tem que organizar para não perder o controle. Tem vezes que a gente esquece uma compra que fez e a fatura só vai cair no mês que vem, isso pode prejudicar, mas com a planilha dá para controlar.
Ela conta que começou a usar o método depois que quase faliu devido a tantas contas. A psicóloga foi quem deu a dica.
- Tudo que eu via eu queria comprar. Eu até conversava sobre isso na terapia. E chegou um dia que eu falei que teria que parar porque estava sem dinheiro. E ela falou: ‘passe a controlar seus gastos. Tudo o que gastar, até a esmola de R$ 1 para o mendigo, vai colocar na planilha’.
A cada dez clientes que pedem o cartão numa operação de varejo, possivelmente metade deles pode ser aprovada e metade, negada. Seja porque está no SPC, tem pendência no banco, não conseguiu comprovar renda ou qualquer outra coisa para aprovar o crédito. A saída seria um cartão pré-pago, que ainda é novidade no mercado. É uma forma de o varejo não perder a venda e ainda dar a chance de o cliente mostrar que poderia ter cartão comum.
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