Os registros de casos homofóbicos e até de violência nas classes média e alta da Grande Cuiabá, nas últimas semanas, transformou a Parada da Diversidade Sexual de Várzea Grande, realizado no último sábado (17), numa marcha de protestos, em defesa do respeito à liberdade.
“Aqui estamos defendendo o direito de cada um viver como bem entender, dentro da lei, sendo respeitado pela sociedade”, afirma o coordenador da Parada da Diversidade, Adriano Guedes, enquanto se escondia da chuva, na Praça da Todimo – Avenida Couto Magalhães. | Marcos Lopes/HiperNotícias |  | | Coordenador da Parada da Diversidade, Adriano Guedes | |
Adriano Guedes lembra que a Parada Gay de Várzea Grande foi uma exigência da própria sociedade. “Há quatro anos, vamos para a Parada de Cuiabá com imensa comitiva, trio elétrico e as melhores fantasias. Então, nos perguntavam porque não fazíamos a nossa. Agora, estamos cumprindo esse pedido”, argumentou Guedes.
Por isso, o lema da Parada Gay é “Com Educação, Criamos Novos Seres”.
| Marcos Lopes/HiperNotícias |  | | A madrinha da Parada, Cabucine Picicaroli (de branco) | |
A madrinha da Parada, Cabucine Picicaroli, apontou a necessidade das pessoas se respeitarem. “Estamos aqui defendendo não somente o gay, mas, também, o negro e o branco, o índio e o mestiço, além de todas as classes sociais”, justifica Picicaroli.
Vestida de ‘anjo negro’, a travesti Jully Chrystynny, 23 anos, que há cinco abandonou Geovane, seu nome de batismo. “Sempre me senti mulher. Então, porque deveria continuar com ‘aquele’ nome de homem? Eu resolvi ser apenas Jully”, afirma Jully, que há dois anos vive com um engenheiro que trabalha em um órgão público do Estado. | Marcos Lopes/HiperNotícias |  | | Vestida de ‘anjo negro’, a travesti Jully Chrystynny, 23 anos, também participou da parada gay | |
Já o ‘anjo branco’ é a travesti Priscila Linda, 25 anos, nome de Rodrigo Barbosa. “Me sinto mulher. Tanto que trenho três maridos”, esnoba Priscila.
Sua amiga Roberta de Freitas, 24 anos, mora em Sorriso – 440 quilômetros distante de Várzea Grande, confessa que só veio para a Parada Gay, em apoio ao samigos e primos. “Não tenho nada contra, mas eu sou hetero”, apressou-se em explicar Roberta.
| Marcos Lopes/HiperNotícias |  | | A travesti Priscila Linda, 25 anos, nome de Rodrigo Barbosa foi vestida de Anjo Branco na parada gay | |
Um caso interessante é de Vinícius Balbuena, 20 anos, que é militar. Ele afirma que cumpre as regras da caserna e não aceita ser motivo de chacota. “Lá dentro, obedeço as normas. O que faço da porta do quartel, para fora, é problema meu”, justificou Balbuena, ao lado de seu amigo Walber Reiniel dos Santos, 19 anos, que só se assumiu após muitas surras do pai.
A madrinha de honra da Parada Gay, primeira-dama Cláudia Barros, mulher do prefeito Gonçalo Pedroso Maninho de Barros, não tinha comparecido até o início do evento.
| Marcos Lopes/HiperNotícias |  | | Mais de 600 pessoas participaram da Para Gay no último sábado | |
A Parada Gay foi organizada pela DiverCidade 40 Graus e amigos do grupo GLBT de Várzea Grande. Os organizadores calcularam em 1,5 mil o número de participantes, sob chuva. Já a Guarda Municipal de Várzea Grande estimou em no máximo 600 o número de participantes.Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
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