Terça-feira, 30 de Abril de 2024
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,12
euro R$ 5,49
libra R$ 5,49

00:00:00

image
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,12
euro R$ 5,49
libra R$ 5,49

Cuiabanália Domingo, 24 de Março de 2019, 11:51 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Domingo, 24 de Março de 2019, 11h:51 - A | A

MÊS DA MULHER

Durante 40 anos mulheres editaram revista feminina em Mato Grosso

REDAÇÃO

Numa época em que poucas mulheres estudavam, algumas mato-grossenses idealizaram e mantiveram uma revista para mulheres durante quatro décadas do século passado. Elas fundaram o Grêmio Literário Júlia Lopes de Almeida, responsável pela publicação da revista A Violeta, que representou a abertura de espaço para que mulheres escrevessem sobre os mais variados temas: literatura, saúde, sociedade, política, e a defesa da escolarização e profissionalização do sexo feminino.

Divulgação

Revista feminina em MT

 

O periódico foi o único organizado, redigido e dirigido só por mulheres no estado. Circulou entre 1916 e 1950, e teve em seu corpo editorial mulheres letradas pertencentes às classes média e alta da sociedade, a maioria delas de famílias tradicionais, entre escritoras, professoras, funcionárias públicas e donas de casa.
 
Na sua concepção, o Grêmio Literário homenageou a escritora carioca Júlia Lopes de Almeida, romancista carioca que tem extensa lista de obras publicadas. À distância, ela colaborava como patrona da publicação, conforme relatos encontrados na revista.

O periódico cabe nas mãos com o formato pequeno de impressão, 15,5 x 22,5 cm. Contos, poesias, colunas sociais, artigos de opinião, notícias, e até textos assinados com pseudônimos tratavam de temas de interesse feminino da época, sem deixar de lado assuntos de relevância nacional, como a própria abolição da escravatura.

A edição 32 de 1918, por exemplo, traz um artigo que lembra a data de 13 de maio, dia em que houve a abolição, em 1888, como a "página mais atraente do livro de ouro da história do Brasil". O artigo é assinado por uma escritora intitulada apenas como Solange.

“No coração dos verdadeiros patriotas não se deverá apagar a lembrança da princesa Isabel, tão justamente cognominada a Redemptora. E especialmente a mulher brasileira, ao lembrar-se de tão glorioso nome, deve com razão orgulhar-se”, dizia parte da publicação, que enaltecia o papel da mulher neste fato que mudou os rumos do País.

Maria Dimpina Lobo Duarte, Zulmira Canavarros, Leonor Borralho e Maria de Arruda Müller foram as principais cronistas da revista literária, entre muitas que colaboraram com A Violeta. A primeira utilizava o pseudônimo “Arinapi”, outra assinatura recorrente é “Mary”, pseudônimo de Maria Müller.

As crônicas serviam para registrar acontecimentos cotidianos da sociedade cuiabana. Em um dos textos, Mary apresenta um retrato do cenário educacional da época, onde defende os professores interinos que exercem o magistério há anos sem o diploma. A intenção da autora na edição 180, de julho de 1930, foi valorizar os educadores e contribuir para que continuem trabalhando para estancar o alto índice de analfabetismo do período.
 

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER e acompanhe as notícias em primeira mão.

Comente esta notícia

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros