ados inéditos da pesquisa Cultura nas Capitais revelam que Cuiabá lidera na preferência pelo sertanejo e está acima da média das capitais brasileiras em acesso da população a atrações circenses. A capital de Mato Grosso também ocupa posição de destaque na região Centro-Oeste em relação à frequência dos moradores a espetáculos de dança, feiras do livro e concertos.
Esses são alguns dos dados revelados nesta quarta (27) em evento no Auditório Otacílio Borges Canavarros, no Sistema FIEMT, pela pesquisa Cultura nas Capitais, maior levantamento sobre o tema já produzido no Brasil. O estudo analisou o comportamento dos moradores das 26 capitais e do Distrito Federal.
A pesquisa da JLeiva Cultura & Esporte ouviu 19,5 mil pessoas em todas as capitais brasileiras e conta com patrocínio do Itaú e do Instituto Cultural Vale por meio da Lei Rouanet, Lei Federal de incentivo à Cultura do Ministério da Cultura. O projeto também tem a parceria da Fundação Itaú. Em Cuiabá, foram entrevistadas 600 pessoas, de todas as regiões do município. A pesquisa de campo foi feita pelo Datafolha.
O levantamento avaliou o acesso da população a 14 atividades culturais, considerando se a pessoa participou ao menos uma vez nos 12 meses anteriores à entrevista. Foram analisados: cinema; shows de música; festas populares; museus; teatro; espetáculos de dança; circo; feiras de livro; saraus ou recitais; concertos de música erudita; bibliotecas; leitura de livros; jogos eletrônicos; e visita a locais históricos.
“A pesquisa deixa claro como o acesso aumenta conforme a renda e a escolaridade. Mostra também que idosos são os mais excluídos das atividades culturais”, afirma o diretor da pesquisa, João Leiva.
ACESSO A ATIVIDADES CULTURAIS
De acordo com os números da pesquisa, Cuiabá aparece acima da média das 27 capitais brasileiras em acesso ao circo (18%, contra 14% na média geral) e dentro da média em dança (24%), feiras de livro (18%) e concerto (9%).
Na comparação com as capitais do Centro-Oeste, Cuiabá apresenta índices de destaque em dança, com 24% de acesso, junto com Goiânia (25%); feiras do livro, com 18%, percentual similar ao de Brasília (19%) e ao de Goiânia (17%); circo, com 18%, junto com Brasília (19%) e Goiânia (18%); e concertos, com 9%, assim como Goiânia.
Quando perguntados sobre o acesso a festas populares, 34% dos moradores de Cuiabá afirmaram ter participado de um evento desse tipo 12 meses anteriores à entrevista, patamar parecido com o da média das capitais brasileiras (36%). Apesar disso, com exceção das festas, o percentual de pessoas que nunca frequentaram às atividades culturais pesquisadas é mais alto em Cuiabá do que na média das capitais, indicando um desafio de inclusão cultural.
CAPITAL DO SERTANEJO
O gênero sertanejo é o campeão de preferência da capital: 68% dos cuiabanos citaram o estilo entre os que mais ouvem, o dobro da média entre todas as capitais brasileiras e o maior percentual verificado na pesquisa. A preferência atravessa gêneros, idades, classes sociais, escolaridade e religiões. Na sequência da preferência popular, aparecem gospel, MPB, rock e pagode.
Sertanejo é o estilo mais ouvido por homens (62%) e mulheres (73%), por pessoas de todas as faixas etárias, com pico entre 25 e 34 anos: 73%. Mesmo entre idosos, onde é menos popular, a preferência chega a 61%. O gênero também lidera em Cuiabá em todas as faixas de escolaridade – fundamental (70%), médio (69%) ou superior (63%) — em todas as classes econômicas — D/E (68%), C (67%), B (70%) e A (62%) —, entre pessoas de todas as religiões e de todas as orientações sexuais — tanto hetero (68%) quando LGBTQIA+ (64%). Por outro lado, Cuiabá está entre as capitais onde menos gente ouve rap (6%).
“A força do sertanejo em Cuiabá é impressionante. Não só pelo fato de ser o preferido em praticamente todos os estratos sociais, mas também pela intensidade: em nenhuma outra capital há um estilo musical que alcance 68% da preferência. A capital que mais curte o forró, por exemplo, é Teresina, com 52% – 16 pontos a menos que o sertanejo na capital do Mato Grosso”, compara João Leiva.
Cuiabá também se destaca pelo hábito de ouvir música em diferentes plataformas: além do celular (82%), é uma das cidades onde mais se usa rádio (67%) e carro (59%) para escutar canções. No ambiente digital, o YouTube (70%) lidera, mas o uso do TikTok (36%) e do Sua Música (28%) está acima da média nacional.
CAPITAL POUCO CARNAVALESCA
Segundo a pesquisa, apenas 10% da população de Cuiabá foi a desfile ou bloco de Carnaval nos 12 meses anteriores à pesquisa – contra média de 17% entre todas as capitais do Brasil. Por outro lado, as festas religiosas são fortes - entre as pessoas que foram a festas populares, 27% disseram ter ido a festas religiosas (sem contar festas juninas): é o maior percentual encontrado na pesquisa.
O evento considerado mais importante pelos moradores, no entanto, é o Cururu/ Siriri: 15% o mencionaram. Os eventos religiosos e espirituais novamente se destacam: 12% dos entrevistados os consideram como os mais importantes da capital – um dos maiores encontrados na pesquisa (a média é de 4%). A mais mencionada é a festa de São Benedito (5%). É também a capital onde mais gente cita o aniversário da cidade como o evento mais importante (7%, contra média de 2%).
PREFERÊNCIAS GASTRONÔMICAS
Cuiabá é, disparada, a capital que mais cita um prato à base de arroz como o que mais simboliza a cidade: 43%, contra média de 3% nas capitais, à frente de Teresina (28%) e São Luís (24%). O grande responsável por isso é o arroz maria-isabel (36%). Também há número relevante de citações a farofa de banana (13%) e peixes (13%).
ESPAÇOS CULTURAIS
Mais da metade da população de Cuiabá, segundo os resultados da pesquisa, já foi à Praça da Mandioca (68%), ao Sesc Arsenal (60%) e ao Cine Teatro Cuiabá (57%). Também aparecem em destaque, nas respostas dos cuiabanos, o Museu Histórico de Mato Grosso (34%) e o Instituto Casarão das Artes (21%).
PRÁTICAS CULTURAIS
Em Cuiabá, 30% dos entrevistados fazem ao menos uma atividade cultural. Junto com Recife, Cuiabá é a capital onde mais gente já praticou alguma atividade do tipo, mas não pratica mais (47%, contra média de 41%). Está, por exemplo, entre as capitais onde mais gente pratica ou já praticou capoeira (25%, cinco pontos acima da média de todas as capitais).
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