Mayke Toscano/Hipernoticias |
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Sindicalistas vão percorrer canteiros de obras, fazer panfletagem e reivindicar melhorias |
Sindicatos de trabalhadores da construção civil vai realizar na próxima terça-feira (6) panfletagem para reivindicar melhorias nas condições de trabalho no setor, em especial nas obras da Copa do Mundo em Cuiabá, que é uma das subsedes. Os sindicalistas vão percorrer os principais canteiros de obras da cidade.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Cuiabá e Municípios (Sintraicom), Joaquim Dias Santana, argumentou que o Estado vive momento instável, mas ainda está sob controle. No entanto, citou que é o momento de buscar melhorias para evitar que o pior aconteça.
“Aqui em Mato Grosso já constatamos uma realidade bem complicada. De trabalho escravo a empresas que não pagam os salários a funcionários, mas temos trabalhado para manter a legalidade na prestação de serviço”, destacou.
Em relação aos operário que trabalham na construção da Arena Pantanal, Joaquim Dias ressaltou que o último contato foi feito em dezembro passado. À época estava tudo regular. O presidente contudo, confirmou uma nova visita depois da realização da mobilização nacional.
Santana afirmou que no dia da mobilização os operários vão trabalhar normalmente, a panfletagem vai acontecer por parte dos sindicalistas. O presidente lembro que momento de construção de obras para evento mundial é o instante ideal para pedir melhorias no setor.
“Os operáios desempenham um importante trabalho para realização da Copa. A categoria tem que conquistar alguns direitos esquecidoa”, apontou e fez referência que no Estado há casos em que o trabalhador tem dificuldade para receber pelos serviços prestados.
REIVINDICAÇÕES
A mobilização nacional pede piso salarial unificado para todo o país, cesta básica de R$ 300, fixação de piso de dois salários-base para a aplicação do Programa de Lucros e Resultados (PLR); hora extra de 80% de segunda a sexta-feira e 100% aos sábados e 150% aos domingos e feriados; garantia de organização por local de trabalho; adicional noturno de 50%; folga familiar de cinco dias úteis a cada 60 dias trabalhados; implantação de melhores condições de saúde e trabalho e contrato de experiência de 30 dias.
Os trabalhadores ainda reivindicam mais diálogo entre as empresas e os sindicatos e o combate a práticas anti-sindicais por parte do patronato, entre elas, a repressão às greves.
No dia do encontro, Joaquim Santana, participa junto a outros sindicalistas, em Brasília, da entrega da pauta de reivindicações do movimento à Confederação Nacional da Indústria(CNI).
A pauta de reivindicação será enviada também para o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), para os ministérios do Trabalho e Esportes, Ministério Público do Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho.
CAMPANHA
A “Campanha por Trabalho Decente Antes e Depois de 2014” é coordenada pela Federação Internacional dos Trabalhadores na Construção e da Madeira (ICM), uma federação sindical que agrupa sindicatos livres e democráticos, membros dos setores de construção, materiais de construção, de madeira, silvicultura e setores conexos.
A campanha pede que a FIFA adote os princípios mais elementares do trabalho decente estabelecidos pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), de acordo com a Declaração Relativa aos Direitos e Princípios Fundamentais no Trabalho e seu seguimento, adotada em 1998: liberdade sindical e reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva; eliminação de todas as formas de trabalho forçado; abolição efetiva do trabalho infantil; eliminação de todas as formas de discriminação em matéria de emprego e ocupação, além da promoção do emprego produtivo e de qualidade, a extensão da proteção social e o fortalecimento do diálogo social.