A secretária de Estado de Saúde, Kelluby de Oliveira Silva, abriu sindicância para apurar um caso de violência obstétrica no Hospital Regional de Sorriso (394 km de Cuiabá). O caso veio à tona no último domingo (19), quando uma menina de 17 anos procurou a imprensa para denunciar que teria sido obrigada a ter um parto normal, mesmo sem a dilatação necessária. Durante a internação, a adolescente chegou a estourar as veias dos olhos devido à quantidade de força que fez.
A portaria publicada nesta terça-feira teve como base a matéria publicada pelo site 'Olhar Direto', em que a jovem narrou ter sido internada no dia 4 de junho, quando sua bolsa rompeu. Antes disso, ela já tinha ido à unidade hospitalar outras duas vezes.
Segundo o relato, durante todo o trabalho de parto, a menina foi bombardeada com frases como: "você tem que ficar quieta, não pode fazer piseiro, na hora de fazer estava bom, então agora aguenta a pressão".
Por volta das 5h do dia 5 de junho, uma das enfermeiras checou os batimentos cardíacos do bebê, que já estavam fracos. A jovem foi encaminhada à sala de cirurgia para ser submetida a uma cesária, quando teve seu direito a acompanhante negado. Antes disso, passou por uma episiotomia, procedimento conhecido como "pique", enquanto a equipe tentava forçar um parto normal.
O esposo da menina ainda contou que, depois de toda a violência, ela passou a apresentar sintomas de depressão e ainda sente fortes dores. O bebê, apesar de ter nascido roxo, passa bem.
Na portaria de instauração da sindicância, a secretária Kelluby de Oliveira Silva designou o auditor geral do Sistema Único de Saúde de MT (Agsus), Roziney Peixoto; o médico supervisor da SES, Alberto Batista Schneider, e a enfermeira Sandra Regina Altoé para comporem a sindicância.
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