O incêndio de grandes proporções que atinge o Pantanal, na região de Poconé (100 km de Cuiabá), é responsável pela nuvem de fumaça que encobriu a Capital neste sábado (25). De acordo com informações do Corpo de Bombeiros Militar (CBM-MT), com a mudança na direção do vento, a fumçada do incêndio que atinge o bioma se deslocou para Cuiabá.
Mayke Toscano/Secom
Com o clima ameno, muitos cuiabanos amanheceram pensando ser neblina que se aproximava da cidade, mas a cortina branca é resultado das queimadas que se intensificam com a chegada do período de estiagem em Mato Grosso. A principal preocupação agora é o agravamento da pandemia de Covid-19 com o aumento dos problemas respiratórios causados pela seca.
"O que nós temos no tempo de seca, aqui em Mato Grosso principalmente relacionado às queimadas, é uma alteração do equilíbrio habitual que tem de proteção nas vias respiratórias que ficam mais sensíveis, isso pode facilitar que os pacientes que tenham quadros alérgicos, bronquite, asma, tenham mais crises e fiquem mais sucetíveis às infecções respiratórias", explicou o pneumologista, Dr. Arlan de Azevedo Ferreira.
O médico também esclareceu que o problema da estiagem no Estado também está relacionado com a maior incidência das chamadas "infecções sazonais", comuns no inverno. "Na verdade, nós temos uma circulação maior de várias infecções por vírus, que inclusive são protegidas com a vacina da gripe, então muitos desses vírus são mais prevalentes nesse período, quando aqui acontece a queda relativa da umidade e o aparecimento das queimadas, situações que fragilizam as vias respiratórias", afirmou.
Incêndio no Pantanal
O Corpo de Bombeiros informou que vem realizando a coordenação dos trabalhos de combate ao incêndio florestal, que já consumiu aproximadamente 26.000 hectares do Pantanal Mato-grossense. Além das equipes terrestres, são empregadas aeronavas de combate a incêndios e um helicóptero para apoio da operação.
No local do incêndio, classificado como de grandes proporções, existem diversos fatores que complicam a atuação das equipes como falta de acesso por estradas, ausência de pontos de ancoragem para impedir a progressão do incêndio, extensas planícies com material combustível, bem como ausência de pistas próximas para a realização do combate aéreo. As equipes do CBMMT estão atuando na região desde o dia 21 de julho.
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