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Cidades Sábado, 22 de Setembro de 2012, 12:08 - A | A

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Sábado, 22 de Setembro de 2012, 12h:08 - A | A

OPERAÇÃO 7 ERROS

Polícia prende funcionários de supermercado e desarticula esquema milionário; mais de mil foram lesados

Quadrilha usava dados do Serasa para falsificar documentos e emitir cartões de crédito por meio da rede de supermercados Modelo, os quais eram "estourados" e levavam à negativação de pessoas de Cuiabá e região

RENÊ DIÓZ

 
Operação da Polícia Civil desbaratou nesta sexta-feira (22) esquema responsável pelo prejuízo financeiro a mais de mil pessoas em Cuiabá e região por meio da falsificação de documentos e emissão de cartões de crédito. Denominada “Sete Erros”, a operação prendeu oito pessoas na Capital após dois meses de investigação.

De acordo com o Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO), o esquema se utilizava de dados cadastrais do sistema Serasa para emitir cartões de crédito. Estes eram utilizados à exaustão até esgotar os respectivos valores-limites de aquisições, o que gerou prejuízo de mais de R$ 1 milhão e a negativação das 1,1 mil pessoas cujos dados foram irregularmente utilizados.

 

Marcos Lopes/HiperNotícias

Polícia identificou até o momento crimes de formação de quadrilha, estelionato e falsidade ideológica, cujas penas podem chegar a 11 anos de reclusão

 

A polícia passou a investigar o esquema de golpes após um cidadão que recebeu faturas reportar à instituição financeira que nunca havia requerido qualquer cartão de crédito. Ele era morador da zona rural assim como várias vítimas. A escolha de moradores dessas áreas é praxe deste tipo de quadrilha dada a maior dificuldade de comunicação.

O ESQUEMA

Preso nesta sexta-feira, Edivaldo da Silva, 45 anos, ex-comerciante, é apontado pelo GCCO como o líder do esquema. Ele possuía acesso aos dados do Serasa e os repassava a funcionários do Supermercado Modelo, o qual mantém parceria com uma instituição financeira sediada em São Paulo para emitir cartões de crédito com limites de R$ 300 a R$ 1500.

Arregimentados por Edivaldo por meio de Jussara Cruz de Souza (26 anos, funcionária do Modelo do CPA 2), os funcionários do supermercado, como Pauline Bianca Pedroso, 24 anos, e Cristiane Maria da Silva, 29 (também presas), juntavam papéis falsos das vítimas – como documento de identidade produzido por computador – e os encaminhavam à instituição financeira para aprovação e emissão dos cartões. A falsificação contava com o apoio de Vilmar da Rocha Loveira, 41 anos, que inclusive portava documento falso ao ser preso. Outro integrante da quadrilha com antecedente criminal é Luiz Cláudio da Mata Figueiredo, 34 anos, que já facilitou prática de furto.

 

Marcos Lopes/HiperNotícias

Polícia apreendeu cerca de 400 cartões durante operação nesta sexta-feira (21)

 

Emitidos, os cartões de crédito eram destinados aos sete endereços fixados pela quadrilha. Para um deles, por exemplo, a polícia interceptou a remessa de 345 cartões.

Como os cartões emitidos pela instituição financeira, por meio da rede de supermercado, só funcionam para aquisições a crédito, a quadrilha estourava seus limites por meio de aquisições ilegais de eletroeletrônicos (como quatro televisores de tela plana avaliados em R$ 19 mil, videogame estimado em R$ 2 mil, celulares e três notebooks de R$ 5 mil), e até uma motocicleta de R$ 5 mil.

Em estabelecimentos comerciais com máquinas de cartão, a quadrilha também empreendia trocas por dinheiro vivo. Tudo era registrado em cadernos simples, os quais também foram apreendidos pela polícia junto a 400 cartões de crédito.

OPERAÇÃO

Também foi preso em flagrante o casal Wirley da Silva Almeida, 24 anos, e Fernanda Silva Pereira Gomes, 30 anos. Wirley inclusive tentava queimar provas dos crimes no momento em que a polícia chegou à residência.

Por sua vez, Jussara até chegou a ser presa pela polícia, mas pagou fiança e cumpre prisão domiciliar porque está amamentando. Os demais sete foram encaminhados para os presídios do Carumbé ou para a unidade feminina Ana Maria do Couto.

 

Marcos Lopes/HiperNotícias

Presos na operação sendo encaminhados para os presídios na manhã deste sábado (22) na sede da diretoria da Polícia Civil em Cuiabá

 

As investigações contaram com o apoio da instituição financeira parceira da rede de supermercados, e também é considerada vítima no caso. No total, chegaram a ser detidas 20 pessoas. Os crimes identificados são de formação de quadrilha, estelionato e falsidade ideológica, cujas penas podem chegar a 11 anos de reclusão, mas as investigações podem levar a outros indiciamentos e outros esquemas criminosos relacionados à mesma quadrilha.

MODELO

Em nota, a rede de Supermercado Modelo informou que os cartões são emitidos em parceria com a rede Brasdescard, do Grupo Bradesco. Informou ainda que nenhum ciente será prejudicado. Confira abaixo a íntegra da nota:

A Rede de Supermercados Modelo informa aos seus clientes que o CARTÃO MODELO BRADESCARD MASTERCARD é uma parceria entre a Bradescard, empresa do grupo do Banco Bradesco, e o Supermercado Modelo Ltda. As fraudes apuradas pela Polícia Civil de Mato Grosso foram deflagradas através de denúncia da Bradescard que, juntamente com o Supermercado Modelo, foi vítima do crime organizado.

Nenhum cliente do CARTÃO MODELO BRADESCARD MASTERCARD será negativado ou prejudicado, pois a parceria tomou ações preventivas no sentido de bloquear os cartões fraudados, inibir cobranças ou apontamentos.

A Central de Atendimento do CARTÃO MODELO BRADESCARD MASTERCARD atenderá aos clientes em caso de dúvidas e informações: Capital e Regiões Metropolitanas: 4004 2510/Demais regiões: 0800 724 2510.

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Marcos Lopes/HiperNotícias

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