Depois dos cinco hospitais filantrópicos do Estado paralisar os atendimentos por conta dos atrasos dos repasses, vários pacientes têm sofrido com a falta de atendimento e distribuição de medicamentos para continuidade no tratamento.
Os pacientes do Hospital do Câncer são os mais prejudicados. Vandelice de Souza que sofre de um tipo de câncer raro no sangue ‘Mieloma Múltiplo’ foi uma das que se deslocou até a unidade e deu de ‘cara’ com as portas fechadas. A atendente alegou que por falta da quitação com as unidades que repassam os medicamentos e falta de pagamentos dos profissionais da saúde todos os serviços haviam sidos interrompidos.
A paciente procurou a reportagem do HiperNotícias na tentativa de chamar atenção para seu caso. Ela contou que a cada 28 dias precisa ir até a unidade médica para injetar o medicamento Arédia. O remédio protege os ossos que ficam fraco por conta de outros medicamentos que ela precisa tomar para controlar a doença.
“Ele retira o cálcio do sangue e joga para o osso porque eles ficam fracos como se fosse osteoporose. E só tem jeito de tomar aqui o medicamento porque não é possível tomar em outro local ou até mesmo comprar. É lamentável porque já estou na fase final do tratamento, preciso realmente, para a doença não voltar com extrema força”, lamentou.
Além do Hospital do Câncer, o Hospital Geral, Santa Helena e Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá e Rondonópolis também interromperam as atividades por falta de repasse.
Em nota, a assessoria do Hospital de Câncer explicou que apenas casos de urgência e emergência devem ser atendidos. Todos os serviços de atendimentos ambulatoriais, internações, cirurgias, agendamentos, bem como o recebimento de novos pacientes nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) não devem ser recebidos.
“A paralisação, por tempo indeterminado, se dá pela falta de repasses do Sistema Único de Saúde (SUS), que representa a maior parte da receita do Hospital. Atualmente estão em aberto o pagamento de duas produções (16/08 a 15/09 e 16/09 a 15/10) e também dois repasses da UTI (mês de setembro e outubro). A última produção do SUS recebida pelo HCanMT refere-se as datas de 16 de julho a 15 de agosto. O Ministério da Saúde já repassou à Prefeitura Municipal a produção referente a outubro, e entre os dias 7 e 11 deste mês deverão repassar o mês de novembro”, diz trecho da nota.
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