Cookies: guardamos as estatísticas de visitas para melhorar sua experiência de navegação, saiba mais em nossa <política de privacidade.>
PROSSEGUIR
Quarta-feira, 21 de Maio de 2025
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,67
euro R$ 6,41
libra R$ 6,41

05:58:43

image
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

05:58:43

image
dolar R$ 5,67
euro R$ 6,41
libra R$ 6,41

Cidades Domingo, 14 de Janeiro de 2024, 16:05 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Domingo, 14 de Janeiro de 2024, 16h:05 - A | A

"DE VOLTA À IDADE DA PEDRA"

Notícia de que tempestades solares causarão "apocalipse da Internet" em 2024 assombra internautas

Doutor em Física pela USP e mestre em Ciência da Computação refutam declarações de estadunidense e afirmam haver meios de proteger os eletrônicos dos efeitos previstos

SABRINA VENTRESQUI
Da Redação

Será mesmo que tempestades solares podem destruir a tecnologia e levar a humanidade de volta à “Idade da Pedra” em termos tecnológicos? O alerta foi feito pelo astrofísico e pesquisador Peter Becker, da Universidade George Mason, nos Estados Unidos, e gerou burburinho entre os internautas, justamente pelo tom alarmista e por ter levantado a possibilidade de um “apocalipse da internet”.

Becker, que trabalha para desenvolver um sistema de alerta de atividades solares que podem afetar a tecnologia na Terra, falou sobre o tema para diversos veículos dos Estados Unidos, mas a história correu o mundo inteiro e ‘viralizou’ em novembro. À ocasião, o astrofísico afirmou que “as explosões de alta energia do sol podem ter um forte impacto negativo nas comunicações terrestres de rádio e Internet. E também podem ter um efeito prejudicial nos sistemas de navegação e nas redes de energia da Terra”.  

Becker disse ainda que a nossa Internet não está preparada para lidar com as interferências solares e que o período de 2024 a 2028 poderia ser caótico. “Portanto, o período de 2024 a 2028 é um momento em que toda a Internet poderia ficar desligada por um período de semanas a meses, no caso de uma explosão solar realmente extrema”, opinou.

A declaração ganhou ainda mais força porque o Centro de Previsão do Clima Espacial da NOAA já havia divulgado, em outubro de 2023, que o Ciclo Solar 25 poderá ser mais intenso e atingir o seu pico antes do esperado. As projeções iniciais apontavam para um pico por volta de julho de 2025, mas o Centro de Pesquisas passou a sugerir que a fase mais intensa poderá acontecer já no início de 2024.

PESQUISADORES BRASILEIROS

O doutor em Física pela Universidade de São Paulo, Jim Heiji Aburaya, esclarece que as tempestades solares são eventos que ocorrem na atmosfera do Sol que afetam, pelas suas particularidades, o que estiver no alcance da intensidade desta "explosão". Tratando-se do Sol, os planetas que estão em volta dele, como a Terra, são atingidos.

Segundo ele, as erupções do Sol podem afetar significativamente nossos sistemas eletrônicos, dependendo da quantidade de partículas energéticas enviadas à Terra. No entanto, o brasileiro se opõe às alegações do estadunidense e explica que não é bem assim.

“O último máximo do Ciclo Solar aconteceu em 2014 e, num ciclo de onze anos, por volta de 2025, mesmo, haverá novamente uma maior probabilidade de ocorrência de Tempestades Solares com intensidades que podem afetar a estrutura da nossa proteção magnética (magnetosfera) e o nosso modo de vida. Até lá, a humanidade pode criar meios para "driblar" esses eventos. De qualquer forma, para isso acontecer, a "explosão" solar deve enviar seus elementos "criados" em direção à Terra. A probabilidade é pequena, mas existe”, esclareceu.

De acordo com Jim, atualmente, existem modelos que conseguem “prever” esses fenômenos. Funciona quase como uma “previsão do tempo”, mas, assim como na Terra, também existe margem de erro. Isso porque esses estudos observam um ciclo de 11 anos e se baseiam nas manchas solares, que podem ser observadas e representam a atividade na superfície do Sol.

Por fim, Jim deixou claro que a incidência de tempestades solares não aumentou, mas os impactos sim, porque a população se tornou mais dependente da tecnologia que pode ser afetada. Ainda segundo o físico, não é possível evitar o fenômeno, mas criar mecanismos para conter seus efeitos.

Apesar da declaração de Becker ter causado certo temor, o mestre em Ciência da Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Guilherme Lopes, explica que há formas de proteger os equipamentos eletrônicos das tempestades solares.

“Atualmente, possuímos diversas formas de proteger nossos equipamentos e inclusive boa parte dos satélites já são preparados para receber esses efeitos. Caso as tempestades [solares] aconteçam no nível que o cientista previu, provavelmente teremos alguma lentidão e alguns sites ou domínios caindo, mas nada que seja realmente tão grave. Mas não dá para prever exatamente o que irá acontecer”, explicou.

Guilherme e Jim falam em uníssono que levantar a hipótese de um “apocalipse da internet” é exagero. Dessa forma, os dois concordam que “não será o fim da tecnologia”, conforme antecipado por Becker.

“Primeiro, deve-se dizer que as tempestades solares já acontecem. Então, falar que iremos ficar no tempos da caverna é um pouco alarmista. Não podemos transformar isso em outro 'bug do milênio'.  Alguns equipamentos podem de fato falhar, alguns sistemas autônomos, satélites menores e sistemas que usam GPS, mas não vai ser o fim de tudo”, disse Guilherme Lopes.

Em se tratando de Brasil, o cientista da computação teorizou que sequer seríamos atingidos, uma vez que os cabos de Internet no país são submarinos.

“Boa parte dos nossos serviços de internet vem por cabos submarinos, que seriam pouco ou nem afetados por essas tempestades. Caso a rede elétrica seja afetada, então ficaremos sem internet por consequência. Houve um caso no Canadá, há muitos anos, de uma rede elétrica ter sido afetada por uma tempestade solar e eles terem ficado sem energia por 9 horas", concluiu.  

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM  e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.

Comente esta notícia

Isabella Cristina Batista de Carvalho 14/01/2024

Excelente saber, muito informativo

positivo
0
negativo
0

1 comentários

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

653027-4009

pautas@hipernoticias.com.br