Morreu nesta terça-feira (16) a doutora Michele Sato, aos 63 anos, docente vinculada ao Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA) da Universidade Federal de Mato Grosso. A UFMT emitiu nota de pesar, mas não informou a causa da morte. A doutora deixou dois filhos.
Pós-doutora pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Universidad de la Coruña, na Espanha, e Universitè du Québec à Montreal, no Canadá, a docente era graduada em licenciatura em Ciências Biológicas, mestre em Filosofia pela University of East Anglia, na Inglaterra, e doutora em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Ela ingressou na instituição em 1994.
Em junho de 2020, Sato, junto a outros 28 pesquisadores, contribuiu para o livro “Os condenados pela pandemia”, que apresenta os 22 grupos sociais em situação de maior vulnerabilidade diante da pandemia e denuncia a existência de um falso discurso de “democracia do coronavírus”. Na ocasião, os pesquisadores já defendiam que não havia coincidência na relação entre a letalidade do vírus e o poder aquisitivo dos indivíduos.
Para a pesquisadora, o grande vilão da pandemia não foi o coronavírus, mas a relação predatória que foi estabelecida com a natureza ao longo das gerações, destruindo ambientes, comercializando animais de forma cruel e libertando os vírus para além de seus hospedeiros diretos.
O maior objeto de trabalho de Sato foi a educação ambiental que, para a doutora, “pode ser considerada e aceita como um valor em si mesma, se a considerarmos poderosamente como ela nos solicita”. A educadora defendeu que é nossa tarefa torná-la melhor.
“Podemos dar imagens de uma maneira muito mais intensa dessa realidade, criando novas expressões e pensamentos. É preciso ser um verdadeiro libertador por excelência, para que nosso mundo de sonhos não seja facilmente desmanchado, onde a racionalidade possa encontrar-se com a poesia, no fundo do oceano, sob a raiz de uma mangueira ou sob a luz do luar. Uma luz que não cegue, mas que brilhe para permitir as múltiplas manifestações da vida”.
CARREIRA
Em sua trajetória acadêmica para além da UFMT, a docente foi professora visitante na Universidade de São Paulo (USP), da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e nas universidades federais da Paraíba (UFPB), do Amazonas (UFAM), do Paraná (UFPR) e do Rio Grande do Sul (FURG); credenciada ao programa de pós-graduação em Ecologia dos Recursos Naturais da UFSCa, e consultora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da United Nations Educational Scientific And Cultural Organisation (Unesco).
Dentre as homenagens recebidas, a docente recebeu os títulos de cidadã mato-grossense e cidadã ambientalista pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso; cidadã de Nossa Senhora do Livramento e cidadã cuiabana. Além disso, teve o livro “Educação Ambiental: pesquisa e desafios” como obra finalista do Prêmio Jabuti.
A UFMT emitiu nota ressaltando a importância da doutora para a instituição e toda a comunidade acadêmica. Veja AQUI.
Ainda não há informações sobre velório e sepultamento da professora.
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