Após acordo coletivo realizado no Tribunal de Justiça do Estado (TJ) no dia 13 de agosto, os mais de 700 médicos que atendem em Cuiabá voltam a ter problema com o que eles dizem ser “relaxamento da prefeitura da capital na gestão da saúde” e ameaçam iniciar uma nova greve. O Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT) acusa Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de não cumprir acordo firmado enquanto secretário rebate afirmando que “tudo foi feito e movimento do sindicado não passa de jogo político”.
A última greve na capital ocorreu no dia 6 de agosto e se findou por intermediação do TJ que realizou uma audiência de conciliação entre o Sindimed e SMS. Na ocasião, a prefeitura se comprometeu a resolver de imediato às exigências dos profissionais no que concerne a melhoria das condições de trabalho, especialmente no que se refere a maior segurança nas unidades de Saúde como policlínicas e o Pronto-Socorro de Cuiabá.
No entanto, segundo a presidente do Sindimed, Elza Queiroz, não foi isso que ocorreu. “Muitas coisas já foram feitas, mas alguns itens do acordo não foram cumpridos. Cada um tem sua responsabilidade. Eles precisam cumprir a deles. A segurança nas unidades não existe e era um dos pontos prioritários”, afirma.
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Ficou acordado, ainda, e sem cumprimento, de que a prefeitura teria um prazo entre 30 a 40 dias para resolver as reivindicações consideradas mais complicadas de serem atendidas como a criação de um mutirão para acabar com as filas para exames e consultas com médicos especializados.
“A Secretaria de Saúde ficou de nos enviar a lista de pacientes que estão na fila para exame, mas nada foi feito até agora para iniciar o mutirão”, garante. No entanto, o secretário Lamartine acusa o sindicato de “não ler o acordo firmado” e assegurou que 100% das obrigações da SMS foram cumpridas.
“Acredito que o pessoal do Sindimed não leu o acordo. Hora nenhuma pontuava para que a lista fosse apresentada à presidente. Nós cumprimos o acordo em 100%. Sabemos que tudo isso é manobra do sindicato que trabalha em apoio a um certo candidato aí. Por isso essa discussão. Mas eu não vou discutir”, garante.
Mas o Sindimed pontua, ainda, que a inserção de mais médicos no quadro de servidores também era item do acordo que não foi cumprido. “Só para você ter ideia, não temos pediatras nas policlínicas. Neste fim de semana, recebi ligações das policlínicas do Coxipó, Plantão e Verdão relatando sobre o problema e sobre a dificuldade que era remanejar famílias e crianças para outra unidade”, pontua.
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Outro ponto destacado pela presidente Elza é a forma com que foi feito o estudo sobre insalubridade. Ela explica que perícia foi realizada por meio de fotografias e não inspeção no local de trabalho.
“O acordado era realização de um estudo de insalubridade e não o aproveitamento de um estudo antigo. Isso não é um trabalho tecnicamente correto. Precisa estar no local para ver a que condições os médicos estão expostos”, ressalta.
Sobre a insalubridade, Lamartine afirma que possui fotos, entrevista com médicos, visita in loco e convocação do próprio Sindimed para participar da perícia e reforça que “não vai discutir com o sindicato”.
“Que o sindicato acione o Poder Judiciário, pois tudo está feito. Cabe ao judiciário avaliar e não ao Sindimed”, assevera.
Mayke Toscano/Hipernoticias Secretário de Saúde, Lamartine Godoy rebate e acusa Sindicato dos Médicos de "jogo político"
Diante do cenário, a categoria pretende recorrer ao TJ para cumprimento do que supostamente foi acordo e não cumprido, mas já analisa possibilidade de greve antes do pronunciamento do tribunal. Para tanto, os profissionais discutem sobre nova paralisação em assembleia realizada na próxima terça-feira (18).
"Vamos acionar o TJ. Se fez o acordo, tem que cumprir. Por isso, estamos alerta para possibilidade de greve, sim. A paralisação faz parte da nossa pauta da assembleia de amanhã”, conclui.
Questionado sobre a possibilidade de nova greve, o secretário Lamartine se mostra tranquilo e mais uma vez acusa o sindicado afirmando que o posicionamento do mesmo é apenas de viés político, especialmente pela proximidade com as eleições.
“Eles estão articulando essa greve somente por apoio a ele [nome do político não foi citado]. Se o Sindimed ler o acordo verá que está 100% feito. Estou tranquilo quanto a isso, tenho certeza que tudo foi feito e dentro dos prazos. Que o Sindimed fale agora com a Justiça”, finaliza.
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