Mato Grosso não realiza estudos sobre a obesidade e sobrepeso infantil, mesmo que seja um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. No país, a obesidade vem crescendo cada vez mais e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que pelo menos 37.626 crianças, até nove anos, sejam obesas no estado.
Existe uma preocupação com a falta de produtos nutritivos e saudáveis na alimentação dos pequenos. Considerando essa alimentação precária, estudos internacionais apontam para uma geração de crianças obesas e com maiores riscos de diabetes.
Conforme pesquisas, muitas refeições são realizadas nas cantinas escolares e em shoppings, com aumento na ingestão de fast-food e de bebidas como o refrigerante. Além da má alimentação, o sedentarismo também preocupa.
Nesse sentido, a nutricionista Camila Delgado André, 27 anos, alerta sobre o descumprimento da lei comércios nas escolas. "Existe, hoje, uma legislação própria que proíbe cantinas de venderem refrigerantes às crianças. Os estabelecimentos que comercializarem esses produtos estão sujeitos à punição", comenta a profissional de saúde alimentar.
Um dos estudos liderado pela Organização Mundial da Saúde apontou que o número de crianças e adolescentes obesos em todo o mundo aumentou dez vezes, quando comparado há quatro décadas. Caso a situação permaneça, haverá mais crianças com obesidade do que com desnutrição até 2022.
De acordo com a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), a estimativa brasileira é de que 15% das crianças estariam na faixa de sobrepeso e obesidade. Na região Centro-Oeste, a preocupação é com aqueles que estão na faixa etária dos cinco aos nove anos de idade, pois 35.15 % delas estão nessa situação.
"Crianças que não se desconectam de redes sociais tendem a se tornar obesas, pois se envolvem menos em atividades físicas", avalia Delgado sobre a influência de equipamentos digitais na vida das crianças.
De acordo com o IBGE, Mato Grosso tem cerca de 515.421 mil crianças e estima-se que o estado apresenta 37.626 delas com obesidade.
Os estudos indicam a necessidade de se procurar um profissional como um nutricionista, pediatra ou endocrinologista para fazer o acompanhamento da criança ou do adolescente. Para saber se uma criança está acima do peso ou com obesidade, é necessário fazer a conta do índice de massa corporal (IMC). As faixas dos cálculos para as crianças mudam de acordo com a idade e o sexo, a Organização Mundial da Saúde tem tabelas para orientar os médicos.
Delgado acredita que a falta de atenção dos pais com a alimentação dos filhos é uma das principais causas da obesidade infantil. "Além de aproximar a família, cozinhar em casa e pensar o cardápio é algo essencial. Os pais devem ser responsáveis pelo que colocam a mesa", aponta a nutricionista.
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