Com mais de 20 horas de treinamento semanal, jovens cuiabanos têm avançado o cenário de jogos eletrônicos no estado. Em pouco mais de dois anos, a primeira equipe organizada de eSports de Mato Grosso já concorreu e ganhou ouro em eventos pelo Brasil. Ao HiperNotícias, o estudante de computação João Gabriel, 21 anos, contou tudo sobre o crescimento dessa modalidade em Cuiabá.
No último semestre do curso de Ciências da Computação, Gabriel divide seu tempo de estudos com as atividades da atlética Trojan. Ele é organizador de eSports da comissão de eventos e esportes de seu curso e já foi técnico do time de League of Legends (LOL, um dos esportes eletrônicos).
No ano de 2016, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) promoveu o primeiro campeonato de jogos universitários. Na ocasião, o jovem estudante acompanhado de amigos montou um time para competir nas modalidades de esportes eletrônicos. Pronto, estava dada a largada para uma paixão que renderia diversas vitórias em curtíssimo espaço de tempo.
“Ganhamos os jogos universitários da UF e em outubro daquele mesmo ano fomos convidados a competir na Liga Universitária de eSports (LUE) fora do estado, em Minas Gerais”, se orgulha o jovem ao recordar o convite.
No LUE daquele ano, os jogadores ganharam ouro em dois dos três esportes que competiram. “Fifa e Counter Strike fomos finalista, só em League of Legends que ficamos em terceiro lugar”, comenta Gabriel.
Como 2016 não guardou vitórias suficientes para o time, em 2017 eles deram início a uma série de campeonatos locais. “Foi um ano cheio, fizemos cinco torneios em Cuiabá e continuamos participando dos nacionais”, comenta o jovem. Com premiações entre R$ 400,00 e R$ 600,00, as disputas sempre foram realizados com apoio da universidade ou, ainda, por meio de associações externas.
Todavia, ele aponta que nem tudo foi vitória. Para sair do estado, o time desembolsou muito dinheiro com gasolina para o ônibus e demais gastos durante a viagem. Por ser um cenário ainda em crescimento, o jovem aponta que a falta de investimento impede que vários projetos saiam do papel.
Dedicação
O crescimento nacional da modalidade tem feito com que cada vez mais surjam novos times. Nesse sentido, os jogadores contam com cenários mais competitivos. Assim, para “manter o nível”, eles treinam mais de 20 horas semanais.
“A gente já organiza duelos com times de outros estados para treinar. Funciona assim: entramos em contato com eles; marcamos um horário e disputamos partidas valendo a melhor de três”, revela o estudante.
Além das horas investidas, a paixão pelo eSport faz com que os jovens apliquem dinheiro em equipamentos para melhorar suas performances. Dessa forma, toda uma nova dinâmica de mercado é estabelecida.
“É claro que varia de pessoa para pessoa, mas os valores podem ser altos se você puder investir. Um teclado profissional, por exemplo, custa entre R$ 1.100,00 e R$ 1.800,00; já um mouse pode ser vendido por até R$ 700,00 e isso tudo sem falar do próprio computador”, aponta o jovem sobre os custos relacionados a modalidade.
Para o futuro
Conforme pesquisas levantadas pelo portal Newzoo, o mercado de games eletrônicos movimentou mais de 650 milhões de dólares somente em 2017. Para 2018, a previsão é de que os eSports arrecadem mais de 900 milhões de dólares. O valor deve quase duplicar em dois anos.
Sob essa perspectiva, a atenção dos jovens tem sido despertada para a modalidade. “Com certeza é algo que eu gostaria de trabalhar. Caso surja oportunidade, eu quero ser organizador em comissão técnica ou qualquer outra coisa nesse sentido”, admite Gabriel.
Para o estudante, o fato da equipe ser convidada para competições nacionais como o Torneio Universitário de eSport (TUE) e os Jogos Universitários Brasileiros (JUBS) é motivação suficiente para continuarem. Gabriel comenta que, dependendo da modalidade, os torneios podem ofertar premiações de até R$ 100 mil. "É possível fazer disso tudo profissão, os eSports podem ser bem rentáveis", pontual o futuro cientista da computação.
As competições nacionais têm levado cada vez mais times para campo, literalmente. Em 2015, por exemplo, o Campeonato Brasileiro de LOL foi realizado no Estádio do Palmeiras (Allianz Parque), em São Paulo.
“As pessoas torcem para os times profissionais de eSports com a mesma paixão que se torce para os times de futebol. Acompanham os competidores favoritos em redes sociais e colecionam itens. É uma ‘fanbase’ consolidada”, finaliza o jovem.
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