Irreverente e corajoso. Esses são alguns dos adjetivos que amigos e familiares definiram o artista plástico mato-grossense Adir Sodré (58), durante o último adeus, na Capela Jardins, em Cuiabá. Sodré morreu na noite desta segunda-feira (10) e será sepultado às 14 horas, nesta terça-feira (11) no Cemitério Parque Bom Jesus, na saída para Santo Antônio de Leverger (a 35 km de Cuiabá).
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O artista plástico Valques Pimenta relembra que conheceu Sodré ainda em1988 e desde então sempre manteve contato com o amigo de profissão. “É uma perda muito grande para nossa classe de artistas. Ele sempre foi uma inspiração desde a época, irreverente e ousado. Perdemos muitos amigos nesses últimos anos como João Sebastião, Nelson Pimenta, Benedito Nunes e agora Sodré, todos com sua peculiaridade, identidade visual”, disse.
Para a crítica de arte Aline Figueiredo, Sodré sempre foi muito corajoso ao transmitir o que pensava em suas artes. Ele sempre foi muito contemporâneo e único. “O conheço desde os primeiros traços, sempre foi muito batalhador, ousado, performático. O próprio nome Adir diz muito que é adição, soma, um dos artistas que queria descentralizar o circuito da arte brasileira, até então ficava apenas em um nicho. Tivemos a oportunidade de criar o Ateliê Livre, no Palácio da Instrução, mas que infelizmente não existe mais”, ressalta.
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Um dos trabalhos mais conhecidos de Sodré são as pinturas no restaurante Choppão em Cuiabá. O sócio-administrador Fernando Quaresma destacou que a obra foi uma criação livre da imaginação de Sodré. “Não foi algo comprado, encomendando. Sodré era nosso cliente e passou a ser mais do que amigo da família. Deixamos ele livre para que pudesse criar e reinventar”, afirmou.
Quaresma aponta que durante a pandemia, seguindo os protocolos de segurança, Sodré foi quem desenhou os adesivos de distanciamento social entre os clientes.
“Quem frequentar o local logo vai identificar que a arte é de Sodré. A arte dele é única, ele é corajoso de misturar elementos sexuais, com natureza, porque ele sempre foi muito livre. A quem reprovada, mas tem pessoas que enxergaram com outros olhares. A arte dele sempre estará viva. Ele sempre viveu da forma que sempre quis”, aponta.
Trajetória
Pintor e desenhista, em 1977, frequentou o Ateliê Livre da Fundação Cultural de Mato Grosso, onde fora orientado por Humberto Espíndola (1943) e Dalva (1935).
Nos dois anos seguintes integrou, com Gervane de Paula e outros artistas, um grupo que procurou renovar a arte mato-grossense. Nessa época, participou de exposições coletivas organizadas pelo Museu de Arte e de Cultura Popular da Universidade Federal do Mato Grosso (MACP/UFMT).
Participou também, entre outras, das coletivas Como Vai Você, Geração 80?, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage), Rio de Janeiro, em 1983, e Modernidade, Arte Brasileira no Século XX, no Museu de Arte Moderna de Paris, em 1987. Em sua produção aborda temas relacionados à cultura regional.
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