O urologista da Oncomed Cuiabá, Jaime Comar, afirmou em entrevista ao HNT Entrevista que o câncer apresenta altas chances de cura quando fica restrito à próstata. Segundo ele, a pelve masculina concentra estruturas consideradas nobres, como os nervos responsáveis pela ereção, que passam encostados na próstata, e o músculo esfíncter estriado, essencial para a continência urinária. Por estarem muito próximas, essas estruturas exigem extrema precisão durante o tratamento cirúrgico.
Quando o tumor está totalmente confinado, a remoção é feita com mais qualidade, com melhor resultado oncológico e maior possibilidade de preservar funções importantes ao paciente.
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O especialista explicou que, após o rastreamento e a biópsia, é realizado o estadiamento para determinar a extensão da doença e, assim, definir o tratamento adequado. Ele destacou que o cenário mais favorável é o da doença localizada, quando não há invasão de tecidos ao redor. Nessa fase, a taxa de cura supera 90%, o que significa, segundo Coma, que “de cada dez pacientes, nove são curados”.
Por isso, reforça a importância de identificar o câncer precocemente, garantindo maior chance de cura e boa qualidade de vida após o tratamento.
Jaime Coma acrescentou que, quando o tumor se mostra localmente avançado, já tendo invadido estruturas vizinhas, a cirurgia precisa ser mais ampla, o que limita a preservação de áreas delicadas da pelve. Já no estágio metastático, quando células cancerígenas alcançam órgãos distantes, o tratamento muda completamente.
O especialista lembrou que o osso é o principal sítio de metástase do câncer de próstata e que, em casos sem rastreamento, a doença pode se manifestar já avançada, com dor óssea como primeiro sintoma. Ele reforçou que muitos homens só chegam ao consultório após o aparecimento de sinais tardios, o que reduz as chances de cura que seriam possíveis com a detecção precoce.
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