Marcello Casal/Agência Brasil |
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Presidente do Sindicato dos Correios, Francisco Adão, diz que setores de distribuição das cidades-pólo do Estado estão quase 100% parados |
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios (Sintect), Francisco da Silva Adão, afirma que 3,5 milhões de objetos simples, entre eles cartas comuns e cobranças, estão deixando de chegar em casas e comércios em todo o Estado de Mato Grosso.
Além disso, os objetos urgentes como encomendas normais e por Sedex, telegramas, malotes estão deixando de chegar ao Estado porque não saem dos grandes centros (Rio de Janeiro, São Paulo ou Minas) desde que iniciou a greve, há quase 15 dias.
Francisco Adão disse que somente na central de distribuição domiciliar (CDD) da Grande Morada da Serra, que distribui para 29 bairros, estão acumulando mais de 50 mil correspondências.
“O CPA é responsável por cerca de 35 mil a 50 mil correspondências por dia para a entrega e está tudo parado. Outros CDDs como o Coxipó, Vista Alegre e Várzea Grande e cidades-pólo (Rondonópolis, Sinop, Juína e Tangará da Serra) também estão parados quase cem por cento. Podemos afirmar que 3,5 milhões de cartas estão paradas”, disse o sindicalista.
Uma das reivindicações aqui em Mato Grosso é pela contratação de mais carteiros que fazem entregas de correspondências. De acordo com o sindicato, cerca de 50% da população, principalmente a periferia, não é atendida devidamente por causa da falta de trabalhadores.
“Há dois anos estamos com uma liminar que nos obriga a entrar nos condomínios de luxo (Florais, Belvedere, Alphaville, por exempo) para fazer as entregas. Antes deixávamos na portaria, agora perdemos os nossos tempos porque é rigorosa a entrada nos condomínios e quem sofre somos nós porque não tem muita gente”, avalia.
O presidente disse ainda que até agora o departamento jurídico dos Correios não conseguiu derrubar essa liminar que os obriga a fazer a entrega dentro dos condomínios de luxo.
OUTRO LADO
Nesta terça-feira (27) a empresa dos Correios em Brasília, onde acontece as negociações, apresentou uma proposta aos grevistas, mas não obteve êxito.
De acordo com o Sindiato dos Correios, a empresa não abre mão de descontar os dias em que os empregados estão parados e não houve consenso.
Em Mato Grosso, o diretor Regional dos Correios, Nilton Nascimento, orientou que os clientes se dirijam a um CDD mais próximo para receber a correspondência atrasada ou no caso de cobrança se dirigir à instituição bancária. Porém, a greve dos bancários também está deflagrada desde o dia 27 de setembro, o que pode complicar ainda mais a situação.
Atualmente, cerca de 200 empregados da área de distribuição, que compreende os carteiros, tratamento e atendentes, aderiram à greve.
NO BRASIL
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, serão necessários três dias para entregar as 95 milhões de correspondências que estão emperradas em todo o país por conta da greve.
A estimativa, segundo o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira, é que a greve esteja causando um prejuízo de R$ 20 milhões por dia para a empresa. Os correios emprega 107 mil pessoas.
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