Recentemente, o Ministério de Saúde recomendou a retomada do uso de máscara facial e alertou para a nova variante BQ.1 da Ômicron, além do crescimento de casos de covid-19 no país. Em Cuiabá, a Prefeitura emitiu um comunicado de risco alertando sobre o possível aumento de casos positivos. Para especialista, o crescimento do vírus se dá por falta da "cultura" da sociedade de não usar máscara ao apresentar qualquer sintoma.
De acordo com uma Nota Técnica emitida pelo Ministério da Saúde no dia 12 de novembro, Mato Grosso está entre os 21 estados com mais aumento dos casos de covid-19 no último mês, apresentando um crescimento de 9% na última semana epidemiológica.
Segundo o epidemiologista da Fiocruz, Diego Ricardo Xavier, o uso da máscara sempre foi recomendado, até mesmo para uma gripe. No entanto, para ele, a população não foi “educada” pelas autoridades. Diego chegou a citar como exemplo a Ásia, que faz o uso da máscara assim que apresenta qualquer sintoma viral.
“Sem dúvida deveria voltar o uso da máscara. O uso da máscara é recomendado principalmente para o público com comorbidades, idosos e os que não se vacinaram. Se tivéssemos trabalhado mais em educar as pessoas para o uso da máscara, certamente agora, quando se manifestasse uma gripe que seja, estariam utilizando a máscara. Na Ásia, por exemplo, a gente não vê esse comportamento, porque é um local que enfrentara vários surtos respiratórios e lá instituiu uma cultura do uso de máscara para evitar disseminação de doenças”, defendeu o especialista.
Nesse cenário que Mato Grosso está entrando, como um dos estados que mais têm crescimento de casos de covid, Diego comentou que o ideal é o governo voltar a divulgar campanhas com orientação para prevenir o vírus, além do uso da máscara, o uso do álcool em gel e evitar aglomerações. Para ele, com a divulgação, orientação é o que “educa” a população.
Para o epidemiologista, não é cedo para orientar sobre o uso da máscara, pois o número não é só de casos de covid crescendo, como o de mortes também em todo o país. Reforçou que, em casos extremos, é necessário impor o uso. Além de tudo, o mais importante, segundo ele, a retomada das campanhas de vacinação, principalmente quanto aos grupos prioritários.
O especialista comparou a época da chegada da covid com a que se vive atualmente. Segundo ele, os números são absurdamente diferentes, pois, atualmente, não há riscos grandes para aquelas pessoas que tomaram a vacina. Para o profissional, o ideal é o governo avançar para a aquisição de vacinas atualizadas, principalmente após o aparecimento dessas variantes, como a mais perigosa, a Ômicron BQ.1.
“O Estado tem ido muito bem, mas poderia estar se saindo melhor, talvez retomar algumas campanhas, orientar a população, principalmente com risco, para se vacinar e, a longo prazo, esperamos que as novas vacinas atualizadas para essas variantes. É importante sempre lembrar a população de como a doença era lá no início e como tem se comportado agora. A gente vê que a doença mudou, você tinha quadros de inflamações, quadros trombóticos, inclusive no pulmão. Agora, a gente vê a doença com comportamento ligado mais a vírus respiratórios, presença de dores na garganta, enfim. O poder público tem que ficar atento, tem que ter um planejamento estratégico para conter de maneira rápida”, finalizou.
Até 11 de novembro, já haviam sido registrados 34.908.198 casos e 688.656 mortes acumulados de covid-19 no Brasil. Em Mato Grosso, já somam 833.011 casos e 14.958 mortes.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a BQ.1 é uma sublinhagem de BA.5, ambas são descentes da VOC Ômicron e carregam mutações na proteína spike. A partir da semana epidemiológica 40 (3 a 9 de outubro), a BQ.1 tem prevalência de 6% e já foi detectada em pelo menos 65 países.
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