Microcefalia: a doença que se tornou um ‘terror e tabu’ para algumas mulheres que ficaram gestantes entre 2015 e 2016, é uma realidade na vida de Graciely Barbosa de 32 anos. Durante a gestação, ela recebeu um diagnóstico inesperado que o filho Gustavo Barbosa Araújo, de um ano e um mês, iria nascer com três doenças na cabeça: microcefalia, hidrocefalia e esquizenfalia.
Porém, naquele período as informações na internet e nos veículos de comunicação ainda eram poucas, e ninguém cogitava que um dia a microcefalia se tornaria epidêmica no País, como acontece atualmente.
Em entrevista ao HiperNotícias, Graciley comentou como é ser mãe de uma criança com microcefalia. Personagem principal desta matéria especial de dia das mães, a mulher citou que é muito temente a Deus, o que te mantém em pé e faz continuar a caminhada. “Deus só dá o fardo que você pode carregar”, disse Gaciely.
Tudo começou aos cinco meses de gestação quando precisou realizar diversos exames. Os resultados apontaram que Gustavo tinha vários focos ecogênicos, no coração e na cabeça. Com isso, ela e o marido começaram a pesquisar e procurar especialistas que pudessem transmitir conhecimento, para passarem com mais tranquilidade nesse período crítico.
“No entanto, eu tive uma gravidez tranquila e somente o enjoo era muito forte. Outro problema que eu tive era de de não conseguir ficar sozinha porque pensava muito na análise médica, e com isso, chorava demais” lembrou.
Há um ano e meio, Graciely contou que ainda eram poucos casos de microcefalia no Brasil, e principalmente em Cuiabá. Mas, o fato da doença ser desconhecida pela população não causou “muita estranheza ou medo” porque o sentimento maior era de perder o filho. Ela já tinha em mente que poderia perder o filho após o nascimento.
“Com 29 dias de nascido ele operou. Ficou dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e ainda pegou pneumonia. Meu coração apertava em ver ele naquela situação. Mas, o procedimento era necessário para colocar a válvula para que a cabeça não crescesse. No entanto, mesmo com a cirurgia é fundamental que o Gustavo tenha um acompanhamento médico constante porque a válvula pode entupir e, caso, isso aconteça, o procedimento deve ser realizado novamente”, destacou.
A agenda de Graciely durante a semana é bem agitada. Primeiro porque a todo tempo ela deve acompanhar todos os movimentos que o filho dá, já que existe uma orientação para ele não cair e bater a cabeça. Segundo, ela deixou de trabalhar devido a ter que prestar dedicação exclusiva a ele.
“Toda segunda-feira eu levo ele na fonoaudióloga, na terça-feira tenho folga, na quarta-feira levo para fisioterapia, quinta-feira é dia de terapia ocupacional e na sexta-feira vai para a fonoaudióloga novamente”, detalhou.
Voltando ao tempo em que Graciely recebeu o laudo médico do filho, ela contou que sempre saia da sala do médico acabada e passava dias chorando. Já as outras mães, saiam felizes. Então foi importante procurar um profissional para também ajudá-la. Nisso, o médico passou um remédio para que ela conseguisse dormir porque apresentava um quadro de ansiedade e, isso, jamais deveria afetar a criança, podendo atrapalhar o desenvolvimento do feto.
“Muitas pessoas querem ser mãe. Mas, estão esperando porque estão com receio de ter um filho especial. Mas, as crianças especiais nos ensinam o tempo todo. Transmite amor e todos que convivem ao redor se apaixonam. Meu filho mesmo todo tempo me manda beijo, sorri e fica alegre. Só essas atitudes me fazem ser a mãe mais feliz do mundo”.
Na avaliação de Graciely, cada filho é dado para a pessoa certa. Até porque antes de ter o Gustavo, ela contou que não tinha paciência em determinadas coisas.
Com o filho ao lado, ela já apreendeu que cada dia deve ser vivido de uma única vez e intensamente. Principalmente, porque percebe que o menino tem lutado todos os dias para se manter de pé.
“Quando eu estava no começo eu conheci uma mulher que também tem um filho especial. E ela me deu essa orientação de viver e resolver as coisas no seu tempo. E, desde então, é assim que eu tenho levado a minha vida”, analisou.
No caso de Gustavo, Graciely falou que a microcefalia afetou mais a visão e um dos braços. Porém, com as terapias a estimativa é que no decorrer dos anos, o organismo dele possa ser estimulado.
CAPACIDADE
Quando começou na caminhada em dedicar totalmente a vida pelo filho, Graciely disse que vários médicos chegaram de dizer que “esse tipo de criança não tem muita expectativa de vida”. Mas, a mãe explicou que não se limitou em apenas algumas opiniões e foi atrás sempre do que acha que é melhor para Gustavo.
“Fiz e falo para outras mães que estão começando. Sempre buscam e vão atrás de outros médicos. O médico que operou meu filho disse que ele ficou bem após a cirurgia, e se tivesse alguma dificuldade seria com matemática. Mas, como todo mundo tem problemas com matemática eu nem liguei muito com isso”, brincou.
Apesar de já ter ouvido algumas notícias negativas sobre o futuro de Gustavo, Graciely contou que nenhum médico disse que o filho não vai andar ou falar. E, sim que apesar do grau de dificuldade dele ser grande, é um menino batalhador.
“Ser mãe é maravilhoso, principalmente de uma criança especial. Posso afirmar que é gratificante porque meu filho de uma forma ou de outra, tem amor e demonstra o mesmo pela minha filha e meu esposo. A única coisa que diferencia um do outro é na questão de dar atenção. Porque no caso o Gustavo deve receber mais cuidados, já que ele tem algumas limitações. Fora isso o carinho e o amor é o mesmo”, concluiu.
CASOS EM MATO GROSSO
Até 30 de abril foram notificados 212 casos de microcefalia no Estado, segundo as definições do Protocolo da Vigilância. Na última semana, foram sete casos contabilizados.
Até agora 77 casos foram descartados após reavaliação, em consulta médica, do perímetro encefálico junto à curva de desenvolvimento infantil estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), constatando que o mesmo estava dentro da normalidade e sem alterações do Sistema Nervoso Central.
Os casos notificados de microcefalia estão distribuídos em 36 municípios de Mato Grosso. Sendo a maioria deles em Rondonópolis (81 casos). A orientação da Secretaria de Estado de Saúde (SES) é para que os municípios investiguem os casos para confirmação, de acordo com o Protocolo de Vigilância, e intensifiquem o acompanhamento dos casos pela atenção à saúde.
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Carlos Nunes 08/05/2016
Essa mãe está certa...aí um idiota da ONU, quando começou a aparecer a Microcefalia, recomendou que as mães, que tivessem o diagnóstico que o feto tinha a doença, fizessem Aborto. Como atualmente tem uns Herodes infiltrados em todo lugar, que gostam de trucidar as criancinhas. Tem uma turma do mal que é favorável ao Aborto e a liberação das Drogas - esquecem que se as suas mães tivessem abortado, nunca teriam nem nascido.
1 comentários