Mato Grosso se consolidou, em 2024, como líder nacional na destinação correta de embalagens de defensivos agrícolas, com mais de 20 mil toneladas recicladas por meio do Sistema Campo Limpo. O volume representa 29% de todo o material processado no Brasil, segundo o Relatório de Sustentabilidade 2024 do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV).
Exemplo da Fazenda Rancho Alegre, no município de Juara (a 640 km de Cuiabá). Com 1.600 hectares, a propriedade é modelo de responsabilidade ambiental, especialmente na logística reversa das embalagens de defensivos agrícolas. A produtora Thainara Piovesan explica que o controle começa na compra.
“Todas as embalagens são rastreadas e vinculadas ao nosso CPF ou CNPJ. Temos um espaço próprio e seguro para o armazenamento, tanto das embalagens cheias quanto das vazias”, afirma.
Sustentabilidade não é escolha, é obrigação. Trabalhar com responsabilidade é garantir o futuro da agricultura e respeito à sociedade
Após o uso, o processo segue protocolos rigorosos: embalagens laváveis passam pela tríplice lavagem e aquelas com risco elevado são destinadas sem lavagem, conforme a legislação. “É um compromisso técnico e ambiental que seguimos com rigor. Devolvemos 100% das embalagens utilizadas, e cerca de 95% são recicladas. Muitas retornam como canos, tijolos ou até novas embalagens agrícolas”, completa.
A propriedade também mantém um sistema completo de rastreabilidade. “Cada embalagem é registrada, monitorada e vinculada ao processo de devolução, o que evita descarte irregular”, destaca Thainara. E completa: “Sustentabilidade não é escolha, é obrigação. Trabalhar com responsabilidade é garantir o futuro da agricultura e respeito à sociedade”. Veja vídeo.
EMBALAGENS VAZIAS
No total, o país superou em 29% a meta anual de reciclagem, alcançando 68.589 toneladas de embalagens destinadas corretamente. A operação do inpEV percorreu mais de 7,6 milhões de quilômetros, utilizando 18 mil caminhões em circulação em 25 estados, abastecidos por 411 unidades fixas e mais de 4 mil ações itinerantes.
“O sistema vai além da logística. Ele promove educação, inovação e transformação local, com capilaridade e eficiência em todo o território nacional”, afirma Marcelo Okamura, diretor-presidente do inpEV.
ORIENTAÇÃO
A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) atua na orientação e conscientização dos produtores sobre o descarte correto das embalagens, conforme determina a legislação brasileira, que obriga a devolução em unidades de recebimento credenciadas, dentro dos prazos legais.
Esse protagonismo reforça nossa imagem como referência em boas práticas agrícolas, além de contribuir para a preservação ambiental e a segurança no campo
Mato Grosso é hoje o líder nacional nesse processo. De acordo com o vice-presidente da Aprosoja-MT, Luiz Pedro Bier, 100% das embalagens são devolvidas e cerca de 99% são recicladas, sendo transformadas em novos produtos, como tubos para esgoto e peças plásticas reutilizáveis.
“Esse resultado é fruto do compromisso do setor com a sustentabilidade e do trabalho conjunto entre entidades, centrais de recebimento e produtores rurais. Esse protagonismo reforça nossa imagem como referência em boas práticas agrícolas, além de contribuir para a preservação ambiental e a segurança no campo”, afirma.
CONTROLE EM TODA CADEIA
O desempenho de Mato Grosso também é resultado da atuação rigorosa do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), responsável pela fiscalização de toda a cadeia dos defensivos agrícolas. Em 2024, o estado comercializou cerca de 43,2 milhões de embalagens, conforme o Relatório Consolidado do Comércio de Agrotóxicos.
Pelo Decreto Estadual nº 1.651/2013, o Indea fiscaliza desde a produção, transporte, armazenamento e comercialização até a aplicação dos produtos e a destinação final das embalagens vazias e dos resíduos. A venda só é permitida mediante apresentação de receita agronômica, emitida por profissional habilitado pelo Crea-MT.
“Fiscalizamos rotineiramente os postos e centrais de recebimento para garantir estrutura e capacidade adequadas. Quando há irregularidades, notificamos os responsáveis para correção imediata”, explica José Robério Rodrigues da Silva, da Coordenadoria de Defesa Sanitária Vegetal e integrante do Programa de Gestão de Agrotóxicos e Afins.
Além das fiscalizações periódicas, o Indea atua diretamente em casos de denúncias de queima, enterro ou abandono de embalagens, práticas ilegais e extremamente prejudiciais ao meio ambiente. A autarquia também cruza os dados de aquisição com os comprovantes de devolução para detectar falhas na cadeia.
A legislação trata os defensivos com o mesmo rigor que medicamentos
Outro ponto de atenção é o combate à comercialização clandestina. Os fiscais verificam se os produtos são devidamente registrados, se os vendedores estão autorizados e se os produtores estão cadastrados no sistema oficial. “A legislação trata os defensivos agrícolas com o mesmo rigor que medicamentos. O uso seguro e legal depende de prescrição técnica e de controle em todas as etapas”, reforça Robério.
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