Reunindo 20 organizações de iniciativa popular o Comitê em Defesa da Saúde Pública em Mato Grosso fará um apelo na manhã desta terça-feira (29) no Palácio Paiaguás, para que o governador Silval Barbosa freie a parceria com Organizações Sociais de Saúde (OSS), medida que está sendo adotada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES).
O ato público em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e de qualidade quer demonstrar que a parceria com as OSS não é o caminho. De acordo com o movimento, o governador Silval Barbosa e o secretário de Saúde Pedro Henry são pais da OSS.
O professor de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso, Reginaldo Araújo disse que o Hospital Metropolitano perde a sua lógica de atendimento quando passa a ser gerenciado por uma organização privada.
“O PS de Cuiabá recebe a tabela SUS, mas o Metropolitano recebe três vezes mais o valor da tabela SUS. Isso é um modelo que transforma saúde e doença em mercadoria”, declarou o ativista.
Imagem da Internet |
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Ativistas e conselheiros de saúde se reunem desde março deste ano e se posicionam contrários à parceria com OSS |
De acordo com o Reginaldo Araújo, o secretário Pedro Henry insiste em colocar em prática um modelo que não é coerente com a saúde pública e de qualidade, “ele acredita que vai transformar a realidade”.
Na pauta da reivindicações que será apresentado ao governador Silval Barbosa estãõa a não estadualização do Pronto-Socorro de Cuiabá, a posição contrária as parcerias com OSS, a conclusão do Hospital Central, que está há 25 anos à espera de conclusão, condições de trabalho para quem está no setor público da saúde e ainda depoimentos de pacientes que passaram pelo Hospital Metropolitano.
DEPOIMENTO
Um dos exemplos que será levado ao Palácio Paiaguás para denunciar as deficiências no procedimento adotado pelo Metropolitano é da estudante de Educação Artística da UFMT Genecília Lacerda.
Genecília relata em carta que entrou no Metropolitano para realizar a cirurgia na vesícula no dia 19 de setembro e que lá conheceu Dona Vanildes que faria cirurgia de hérnia.
No dia 20 de setembro as duas realizaram procedimento cirúrgico e retornaram para mesma enfermaria. De acordo com Genecília, Dona Vanildes não se sentia bem após a cirurgia.
Embora o quadro ser visível de que Vanildes não estava bem, as duas foram liberadas no dia seguinte da cirurgia, porém sem nenhuma visita médica que desse a alta, como procedimento padrão.
Genecília termina o seu relato demonstrando como se deu a liberação das duas pacientes do Metropolitano.
“Dei um abraço, trocamos telefone e nos despedimos. Foi a última vez que a vi. Eu e Vanildes fomos operadas no dia 20.09.2011 e no dia 21.09.2011, de manhã, fomos despejadas do Hospital Metropolitano de Várzea Grande, sem nenhuma avaliação médica. E no dia 22.09.2011, Vanildes amanheceu morta em sua residência, com sangue escorrido pela boca. A causa da morte: hemorragia interna”.
A estudante de Educação Artística compôs uma música e postou na internet como forma de protestar o descaso em que ela e sua colega de quarto foram tratadas. Clique aqui para assistir.
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