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Cidades Domingo, 29 de Maio de 2011, 11:11 - A | A

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Domingo, 29 de Maio de 2011, 11h:11 - A | A

ACIDENTES NO TRÂNSITO

Avenida Fernando Corrêa é campeã em acidentes de trânsito na Capital

Outras como Historiador Rubens de Mendonça e Miguel Sutil seguem no ranking das mais violentas

ALIANA F. CAMARGO
[email protected]

Mayke Toscano/Hipernotícias

secretário Adjunto de Inteligência, Anderson Garcia apresenta dados alarmantes sobre acidentes de trânsito na Capital.

O secretário adjunto de Inteligência, Anderson Garcia, há três meses à frente de estudos realizados pelo setor da Secretaria de Segurança Pública, mostrou ao Hipernotícias índices preocupantes sobre a violência no trânsito. De todas as avenidas de Cuiabá, a campeã em acidentes é Fernando Corrêa, seguida das avenidas Historiador Rubens de Mendonça e Miguel Sutil. Veja quadro

Com a criação da Secretaria Adjunta de Inteligência, o governo do Estado quer analisar os números ofensivos de muitos setores. A violência no trânsito de Cuiabá e Várzea Grande é um deles. “Estamos atuando em nível estratégico e não operacional. O papel desta secretaria é fomentar e quem executa o trabalho é a Politec (Polícia Técnico Científica), Polícia Militar e Corpo de Bombeiros”, explicou Garcia.

O serviço estratégico trata de assuntos de forma macro, faz análise criminal ou de inteligência e assessora a decisão de muitos gestores. Desde que os primeiros dados foram apresentados em reuniões, Anderson Garcia disse que foi chamado a atenção e despertou interesse dos gestores da Prefeitura de Cuiabá com os altos índices de atropelamentos e batidas de veículos nas avenidas da Capital e o detalhe é que na maioria dos casos há envolvimento de jovens que estão na faixa de 16 a 29 anos de idade. 

“Os acidentes de trânsito estão no contexto violência, mas as vezes ele passa desapercebido. Quando tratamos de mobilidade urbana, envolve os acidentes. Observamos em nosso estudo que as avenidas Fernando Corrêa, Miguel Sutil e Historiador Rubens de Mendonça (CPA) são as que têm maiores índices de violência no trânsito. A campeã é a Fernando Correa na região do Coxipo”, explica.

Na Fernando Corrêa, os registros dos acidentes nos anos de 2009 e 2010 resultaram em 1.599 boletins de ocorrência. Desse total 1.184 foram acidentes com vítimas. O estudo destaca que a região com a maior preocupação é a do Coxipó, que concentra 40% de todo os acidentes, principalmente os atropelamentos, Foram registrados 83 boletins de ocorrência.

A segunda maior em registros, a avenida Historiador Rubens de Mendonça (CPA),  teve no mesmo período 1.504 acidentes sendo 1.151 com vítimas. A avenida do CPA, como é conhecida, tem sua particularidade. Concentra o maior número de registro com vitimas e a terceira em números de atropelamentos.

A terceira onde ocorre mais violência do trânsito, a antiga Perimetral, já engolida pelo crescimento urbano de Cuiabá, é a Miguel Sutil,  que registrou 1.488 acidentes, com 1.113 com vítimas.

A Miguel Sutil é a campeã em atropelamentos sendo o trecho que passa pelo bairro Santa Rosa o que concentra o maior número de ocorrências deste natureza.

Sobre o grande número de jovens que se envolve, Anderson Garcia não apontou dados como a quantidade  nessa faixa etária nem as causas. “Estamos com o estudo ainda em construção, mas uma coisa deve ser dita, estamos perdendo a nossa força de trabalho e esse impacto será visível daqui há alguns anos”.  

A análise, que ainda não tem resultado científico, vai observar o envolvimento de tantos jovens no trânsito. “Eles estão aposentando mais cedo e isso encarece e muito todo o sistema previdenciário do país, bem como outros setores”.

A inteligência vai analisar casos para saber o por quê que em certos trechos os acidentes são em maior quantidade. Alguns elementos do estudo chamam a atenção da equipe multidisciplinar que compõe a secretaria. Observaram que a maioria dos atropelamentos em todas as avenidas estudadas acontece no período entre 12h e 18h. Na avenida Fernando Corrêa o horário em que são registrados as ocorrências de acidentes é entre 18h e 24h.

PSICOLOGIA

O sociólogo e professor João Edison de Sousa que trabalha com psicologia no trânsito diz que a questão da violência perpassa pela cultura do brasileiro em querer levar vantagem em tudo e que isso é traduzida ao volante.

“Envolve também a má educação no trânsito. A cultura é um componente que passa no processo. Para mim quanto maior o poder, maior é a sensação de querer agir sem limites”.

A explicação de João Edison é simples e notável. Ele dá o exemplo de policiais que comumente não param em faixa de pedestre. “As autoridades acham que as leis não foram feitas para eles, aí pessoas comuns veem o mau exemplo e se sentem também no direito de dirigir rapidamente”.

Outro aspecto do problema é o processo de identidade. Muitos cidadãos constroem a errônea ideia de que o que é público é dele. Contudo, o que é público é de todos e deve ser respeitado por cada indivíduo.

“Quando os motoristas colocam vidro fumê, eles se tornam invisíveis. Com isso, eles acabam desabafando as frustrações que existem neles no trânsito. Acabando por se considerarem poderosos e fazem o que quiser”, refletiu.

Sobre as questões do envolvimento da juventude, o sociólogo diz que em qualquer lugar do mundo o jovem vai trabalhar sempre em cima do limite. “Eles se envolvem em drogas, a educação destinada à eles é de péssima qualidade, então o transporte é mais um componente que ajuda nesse quadro”.

João Edison aponta que os programas de educação realizados pelo Departamento Estadual do Trânsito (Detran) para o trânsito na escola não resolverão o problema no futuro. “Não resolvem porque ninguém vai aprender a dirigir com professor dando aula. É na prática que se estabelece o diálogo. No geral, falta educação humana e cívica, e não existe nada mais cívico do que a proteção da vida”, concluiu.

Editoria de Arte/Hipernotícias

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Mayke Toscano/Hipernotícias

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